Copa do Mundo 2022: Técnico português rebate críticas de ex-jogador sobre dancinhas do Brasil
O português Luís Castro disse que Roy Keane não entende da cultura do futebol brasileiro e que as comemorações não são um desrespeito
O ex-jogador irlandês Roy Keane criticou os atletas brasileiros por dançarem na comemoração dos gols durante a vitória da Seleção Brasileira sobre a Coreia do Sul por 4 a 1. Segundo ele, a dança seria um desrespeito com os adversários. Com isso, em participação no programa Seleção Catar, do Sportv, o treinador do Botafogo Luís Castro defendeu os jogadores do Brasil.
“O Roy Keane não percebe a cultura do futebol brasileiro. Não percebe a seleção brasileira. Então, pronuncia-se de forma deselegante em função daquilo que aconteceu hoje. Todos nós sabemos que aquilo não é desrespeito para ninguém. A comemoração dos jogadores não é desrespeito para ninguém”, afirmou o treinador.
O técnico, que é português, ainda ressaltou que percebe que os jogadores e a comissão técnica possuem muita união e disse que isso por resultar em “grandes conquistas”.
“O que mostra ali é uma grande união entre treinador e jogadores. E um conjunto de sinergias que podem catapultar uma seleção para grandes conquistas” declarou Luís Castro.
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Quando Richarlison fez o terceiro gol para o Brasil, o atacante e os outros jogadores correram para comemorar e fazer a famosa dança do pombo, Tite também entrou no meio e fez a coreografia. Roy Keane, que é ex-meia do Manchester United e hoje comentarista na televisão britânica, disse que não achava “nada bom” que o técnico da Seleção se envolver na comemoração.
“Eu não consigo acreditar no que vejo. Nunca vi tanta dança. É como assistir ao Strictly [espécie de Dança dos Famosos da Europa]. [...] Eu sei que tem o ponto da cultura, mas acho realmente desrespeitoso com o adversário. São quatro [gols] e eles fazem toda vez. A primeira dancinha ou seja lá o que façam, tudo bem. E então o técnico se envolve. Não fico feliz com isso. Não acho isso nada bom", reclamou Roy Keane no intervalo da partida.
Sobre isso, Luís Castro rebateu e disse que ficaria surpreso se Tite não tivesse comemorado o gol com os outros jogadores.
“Eu ficaria muito admirado se o Tite ficasse quieto no seu lugar, não comemorasse o gol e os jogadores não passassem qualquer confiança ao Tite. Aí era todo o povo brasileiro a estar preocupado com o que acontece na seleção. Agora, isso (a comemoração com a dança) deixa muito otimistas todos aqueles que gostam da seleção brasileira”, pontuou o treinador.
Luís Castro ainda completou dizendo que o irlandês não sabia da cultura brasileira e que quando se chega em um país, a primeira coisa a se fazer é entender a cultura local.
“O Roy Keane não entende a cultura do país. E quando nós somos treinadores ou quando chego ao Brasil, a um país, a primeira coisa que eu tento entender é a cultura do Botafogo, a cultura do futebol no Brasil, para me adaptar o mais rapidamente. Quando cheguei ao Oriente Médio e ao Skaktar (da Ucrânia)”, concluiu Luís Castro.
(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)
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