Copa do Mundo 2022: ONGs pedem que CBF pague multa de R$ 1 milhão por 'violência' contra gato
ONGs de proteção animal e Fórum Animal pedem um posicionamento da CBF
O gato que apareceu na coletiva de imprensa da Seleção Brasileira durante a Copa do Mundo do Catar, continua rendendo. Um grupo de ONGs de proteção animal, além do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, cobram uma retratação pública e também uma multa de R$ 1 milhão por parte da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), pela forma com que o assessor Vinícius Rodrigues retirou o animal da mesa de coletiva.
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Os reclamantes afirmam que o assessor retirou o gato da mesa de forma violenta, arremessando o animal ao chão. De acordo com o site UOL, que conversou com a diretora jurídica do Fórum Animal, Ana Paula de Vasconcelos, informou que os profissionais apontam o manejo feito de forma indevida do animal.
“Todas as questões de direitos dos animais, eu fico muito atenta e, de alguma forma, tento entender o contexto e vejo o que podemos melhorar na relação entre humano e animal. O CRMV-SP [Conselho Regional de Medicina Veterinária de São Paulo] disse que não houve maus tratos, mas eu discordo do ponto de vista jurídico e do veterinário. Ouvi vários veterinários e eles afirmaram que houve, sim, um manejo indevido do animal por conta das terminações nervosas que existem no dorso”, disse.
Ana Paula informou que é alvo de críticas de pessoas que avaliam a ação como uma forma de “ganhar dinheiro”. Ela afirma que caso ocorra o pagamento de R$ 1 milhão de indenização, nenhuma ONG e muito menos o Fórum Animal receberão o valor. Ela também solicita que todos os representantes passem por um curso ambiental, para evitar que isso volte a ocorrer.
“Queremos deixar claro que já ouvimos críticas sobre estarmos querendo dinheiro. É uma inverdade e uma ignorância de quem fala isso. Caso haja a condenação contra a CBF, esse dinheiro não virá para as ONGs. Vai para um fundo que visa o bem da coletividade, que apoia o meio ambiente, por exemplo. Ele será gerido pelo Ministério Público, e não por nós", comentou.
A advogada questiona a situação da CBF, que não se pronunciou, e cita a importância da instituição que comanda o futebol brasileiro melhorar no trato com os animais.
“Seria muito melhor se ele tivesse dado um exemplo positivo ou tratasse o gato com mais respeito. Aquilo foi um reflexo da sociedade atual, precisamos passar isso para todo mundo. Se ele faz isso na frente de todas as câmeras, imagina o que pode fazer por trás delas. Vai além de ser adequado ou não, é o trato. A CBF influencia tanta gente, tantos jovens e adolescentes, que poderia dar um exemplo mais positivo”, finalizou.
As ONGs e também o Fórum Animal esperam a avaliação do pedido de antecipação de tutela por um juiz, que poderá ou não dar sequência ao caso. Apenas após esse passo é que a CBF poderá apresentar a defesa.
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