Brasil ouve ‘olé', perde do Paraguai e mostra que promessa de Dorival não deve ser cumprida

Com gol de Diego Gómez, o Paraguai bateu o Brasil após 16 anos de invencibilidade

Agência Estado
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Incapaz de jogar um futebol condizente com a sua grandeza, a seleção brasileira continua envergonhando o seu torcedor. Se foi ao menos competitiva contra o Equador, nesta quarta-feira, sucumbiu diante de um rival mais frágil, o Paraguai, em partida da oitava rodada das Eliminatórias. Com notável dificuldade para ser criativo, o Brasil mereceu ser derrotado em Assunção. Perdeu por 1 a 0 - gol marcado pelo jovem meio-campista Diego Gómez - num duelo em que foi dominado e poderia ter perdido por mais.

Não se sabe se o Brasil estará na final da Copa do Mundo de 2026, como previu, em tom de promessa, duas vezes o técnico Dorival Júnior. Não se sabe sequer se a seleção brasileira conseguirá vaga para jogar o Mundial sediado nos Estados Unidos, Canadá e México. Certo é que o caminho até lá será longo e hoje, a julgar pelo futebol pobre que joga a equipe nacional, vai perdurar a seca de títulos e vão permanecer a raiva e frustração do torcedor.

No Defensores del Chaco, foi previsível, lenta, apática e improdutiva a seleção brasileira, repetindo atuações tão ruins que havia feito sob o comando de diferentes técnicos. O time produziu muito pouco e jogou como se não precisasse subir na tabela, mas precisa, já que caiu para o quinto lugar. São apenas dez pontos em oito partidas no torneio classificatório - oito a menos que a líder Argentina. É muito pouco para a seleção pentacampeã, outrora reconhecida e exaltada como a melhor do mundo. Hoje, tem que ouvir vaias, críticas e cobranças porque é protagonista de seguidos vexames. O Paraguai tem nove e está no sétimo lugar.

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As glórias parecem ter ficado no passado. Dorival Júnior confia que a sua formação vai evoluir, mas não se vê evolução alguma em campo em relação a trabalhos anteriores ou ao próprio trabalho do treinador, que não era nem a primeira nem a segunda opção de Ednaldo Pereira, o presidente da CBF, que foi rejeitado por Carlo Ancelotti.

No primeiro tempo, Rodrygo foi o único a ter alguns lampejos de bom futebol no primeiro tempo. Sozinho, porém, pouco pôde fazer no meio de campo a estrela do Real Madrid. Os outros astros do time espanhol, Endrick e Vinicius Júnior se apresentaram mal. Lucas Paquetá fez menos ainda. Errou quase tudo que tentou - principalmente passes - e se preocupou mais em reclamar do que em jogar. A seleção não funcionou coletivamente mais um vez.

O único lance possível de se destacar foi a finalização de Guilherme Arana que não virou gol porque Junior Alonso tirou perto da linha. No lance, Endrick fez bonita virada de jogo para Vini Jr, que driblou o marcador antes de rolar para o lateral-esquerdo finalizar. Foi apenas isso que fizeram nos 45 minutos iniciais os brasileiros.

Já os paraguaios criaram mais apesar de suas limitações técnicas e foram eficientes. Em síntese, executaram com mais competência a estratégia desenhada. Companheiro de Messi no Inter Miami, o volante Diego Gómez foi bastante feliz quando acertou lindo chute de trivela que bateu na trave antes de encontrar as redes

Na etapa final, o Brasil teve mais volume de jogo, trocou mais passes e agrediu mais o Paraguai, mas seguiu incapaz de ser envolvente e dominar o oponente. Continuou inócuo o time de Dorival, mesmo com as mudanças que fez o técnico - as primeiras foram João Pedro e Luiz Henrique nas vagas de Endrick e Bruno Guimarães. Até melhorou, mas não a ponto de mudar o roteiro do jogo.

O cenário permaneceu favorável ao Paraguai, que se armou com competência na defesa e conseguiu encaixar alguns contra-ataques Não aproveitou nenhum deles, mas se segurou na defesa graças ao talento de Gatito Fernández e à incompetência da seleção brasileira.

O goleiro apareceu para defender duas finalizações de Vini Jr no final. Pegou sem dificuldades uma conclusão fraca e se esticou para espalmar um chute potente do astro do Real Madrid. Também chegou pelo alto o Brasil. Abusou, aliás, das bolas aéreas, já que faltou talento, organização e ousadia para furar por baixo o ferrolho paraguaio.

A maior seleção do mundo, cinco vezes campeã mundial, se orgulha de seu passado. No presente, ouve "olé" no Paraguai.

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