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Saiba como fazer a transição para a área da tecnologia

Com bons salários e vagas sobrando, este mercado é a aposta de quem migrar de carreira

Daleth Oliveira

Salários competitivos e crescente demanda atraem interesse não apenas de quem está desempregado, mas também de quem pensa em migrar para uma carreira para uma mais promissora, como é o caso da área de tecnologia. Um levantamento do BrazilLAB, o setor deve alcançar um déficit de 300 mil profissionais até 2024.

Este é o caso da enfermeira Adriane Cunha, 35, de Santarém, oeste paraense, que após 13 anos no ramo da saúde, resolveu investir na mudança de profissão. Em setembro, ela iniciou a graduação em Ciências da Computação na Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) e conta que a falta de empregos a motivou a desistir da enfermagem.

“Lá atrás, quando escolhi enfermagem, foi muito por influência de pessoas próximas. Eu via todo mundo fazendo e pensava que devia ser bom. Eu não tinha muita noção do que eu gostava e queria. Depois de formada, me decepcionei porque vi que o mercado está saturado. Há muitos profissionais isso resulta em dificuldade para arrumar um emprego”, relata Adriane.

Além da oferta maior no mercado de trabalho, ela destaca a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar como um atrativo. “Na área da tecnologia há muitas vagas remotas, o que eu prefiro. Mas o primordial pra mim é saber que quando me formar, eu terei um emprego com um salário muito mais atrativo”, conta empolgada.

Para o professor de Ciência da Computação da Universidade Federal do Pará (Ufopa), Fábio Lobato, a tendência é que esta migração de carreira para a área cresça ainda mais. “Esse movimento é patente e vai continuar crescendo, principalmente pela digitalização imposta pela pandemia, que é um efeito irreversível. Cada vez mais as empresas estão demandando por profissionais aptos a prover esses serviços digitais”, garante o pesquisador.

“A gente tem um fenômeno chamado Anywhere Operation onde as empresas precisam operar de qualquer lugar e continuar com a qualidade do serviço. Para isso, ela precisa de um arcabouço de tecnologia da informação e comunicação para viabilizar este tipo de serviço”, explica Lobato.

O que faz?

Segundo a Universidade Tiradentes, o profissional dessa área é responsável por gerenciar todos os dados de fontes internas e externas de uma empresa e compilando em softwares, sites ou bancos de dados. Eles são capazes de gerir sistemas computacionais, e apoiar a logística de trabalho de toda empresa prestando apoio, elaborando e gerindo os seus sistemas.

Como começar?

O conselho do professor Fábio é priorizar um curso de graduação ou pós-graduação, ao invés de focar em cursos independentes. “Apesar da popularização daqueles cursos de programação extensiva, de uma determinada tecnologia ou banco de dados. Hoje, as empresas têm valorizado mais os profissionais com a formação padrão, com formação na universidade. Tenho vários alunos que ao procurar vagas, se deparam cada vez mais com a exigência do mercado pela formação tradicional”, indica.

O que precisa saber?

Para quem quer recomeçar a trajetória profissional na tecnologia, Lobato dá algumas dicas. “Antes de entrar na profissão, a pessoa precisa saber quais são as áreas potenciais de atuação e em quem ela melhor se encaixa para ter um foco maior. Por exemplo, desenvolvimento de software, análise de dados, banco de dados, segurança da informação, telecomunicações, áreas que vão requerer conhecimentos e competências muito distintas”, cita.

“Outra coisa, é definir bem aonde você quer atuar. Apesar da gente ter a popularização do home office, resultado da pandemia,  procure saber qual o nicho de atuação da região que você está ou deseja trabalhar, quais são as empresas, quais os perfis de oportunidades. É importante lembrar que apesar da realidade do home office, as empresas têm priorizado contratar pelo menos funcionários que residem na região”, complementa Fábio.

Por último, o professor afirma que o profissional deve ter ciência que nunca mais vai poder parar de estudar. “ Esta é uma área que requer uma constante dedicação nos estudos. Então, mesmo depois de formado, você vai sempre precisar fazer novos cursos. A tecnologia avança muito apesar da base teórica ser a mesma, mas você precisa estar em constante atualização”, finaliza Lobato.

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