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Redução da população do Pará trará menos concorrência e novas demandas; entenda

Executiva de RH e economista traçam'mercado do futuro', a partir da projeção feita pelo IBGE

Amanda Engelke
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A partir de 2048, o Pará deve começar a encolher — pelo menos em termos populacionais. É o que projeta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com menos gente, o mercado de trabalho também deve mudar. Anna Padinha, executiva de Recursos Humanos, projeta uma redução na concorrência por empregos como “consequência natural da diminuição do número de habitantes".

Além disso, Padinha acrescenta que, em setores com demanda constante, como saúde, tecnologia e serviços essenciais, a escassez de trabalhadores pode levar ao aumento de salários para atrair talentos. Entretanto, o avanço da automação e novas tecnologias pode equilibrar a oferta de empregos ou até pressionar os salários para baixo em áreas menos qualificadas.

De acordo com o IBGE, em 2048, o Pará deverá ter cerca de 9,2 milhões de habitantes — aproximadamente 1 milhão a mais do que em 2024. No entanto, entre 2048 e 2070, a tendência é de redução, com a população caindo para cerca de 8,5 milhões.

Com a redução populacional, Padinha acredita que haverá uma maior demanda por profissionais "altamente qualificados". Aqueles com habilidades em tecnologia, automação e áreas específicas poderão ter melhores salários, enquanto funções menos especializadas podem enfrentar estagnação salarial.

Concorrência será por habilidades e inovação

A executiva destaca que as gerações mais jovens enfrentarão "o desafio de se qualificar mais e se destacar em um mercado onde a concorrência será por habilidades e inovação". Ao mesmo tempo, o envelhecimento da força de trabalho pode oferecer oportunidades de aprendizado e colaboração entre diferentes gerações.

"Há chances de jovens enfrentarem maior dificuldade em acessar posições de liderança, uma vez que os cargos-chave podem continuar nas mãos de gerações mais experientes. Isso poderá aumentar a rotatividade de empregos, forçando os jovens a buscar qualificações adicionais ou a se especializar em novas áreas emergentes para se destacar e obter promoções", avalia Padinha.

Envelhecimento populacional deve criar novas tendências

A diretora da Associação Brasileira de Recursos Humanos - Seccional Pará (ABRH - PA) também observa uma tendência de novas demandas no mercado de trabalho, especialmente em setores como saúde e cuidados com idosos, devido ao envelhecimento populacional. Profissionais como médicos, enfermeiros e cuidadores deverão ser cada vez mais procurados para atender a essas necessidades crescentes.

"Paralelamente, a tecnologia e a automação também se tornarão mais relevantes, aumentando o valor de habilidades em desenvolvimento de software, inteligência artificial e análise de dados. Além disso, áreas ligadas à sustentabilidade e energias renováveis, que são fundamentais no contexto do Pará, ganharão importância, criando oportunidades para profissionais voltados à preservação ambiental e gestão de recursos naturais", conclui Padinha.

Economista projeta salários mais altos

Nélio Bordalo, economista, afirma que a redução da população no Pará pode impactar o mercado de trabalho, elevando os salários. "Com menos pessoas ativas, a oferta de mão de obra diminui, aumentando a competição entre empresas para atrair e reter trabalhadores", explica, acrescentando que isso pode levar as empresas a oferecer salários mais altos e melhores benefícios.

Além disso, o economista ressalta que o custo da mão de obra pode aumentar devido à necessidade de mais investimentos em treinamento e desenvolvimento para suprir a falta de trabalhadores qualificados. “As empresas também enfrentarão desafios adicionais, como a necessidade de ajustar suas estratégias de recrutamento e implementar políticas de retenção mais eficazes”, acrescenta.

Com a redução populacional, Bordalo prevê maior poder de barganha para os trabalhadores. "Com menos pessoas para preencher as vagas, os empregados podem negociar melhores salários e condições de trabalho", afirma. Para oo economista, a escassez de mão de obra pode favorecer os trabalhadores nas negociações com empregadores, aumentando sua valorização no mercado.

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