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O que pode e o que não pode nas redes sociais: limites e riscos para profissionais

Postagens polêmicas podem gerar advertências e até demissões; especialista em RH explica os cuidados necessários.

Gabi Gutierrez

A liberdade de expressão permite que profissionais compartilhem suas opiniões nas redes sociais, mas essa liberdade não isenta ninguém de possíveis consequências no ambiente de trabalho. Comentários polêmicos, críticas à empresa e até interações em publicações públicas podem ser motivos para advertências ou até demissões, como explica Anna Padinha, gerente de RH.

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“A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas ela não impede que postagens polêmicas tragam consequências no ambiente profissional. Empresas valorizam a imagem de seus colaboradores e esperam um comportamento alinhado aos seus valores. Mesmo que um comentário seja feito fora do expediente, se gerar repercussão negativa, pode impactar a credibilidade do profissional e sua relação com a empresa.”

A relação entre vida pessoal e profissional se tornou mais tênue com a popularização das redes sociais. “Na teoria, existe um limite entre vida pessoal e profissional. Na prática, a linha é muito tênue. Hoje, as redes sociais são extensões da identidade profissional, e qualquer exposição excessiva ou polêmica pode afetar a percepção da empresa e do mercado sobre um funcionário. Profissionais devem estar cientes de que seu comportamento digital pode refletir no ambiente corporativo”, afirma a especialista.

Entre as postagens que mais causam demissões ou advertências, Anna cita discursos de ódio, fake news, ataques a colegas ou à empresa, vazamento de informações sigilosas e críticas diretas à organização. Em alguns casos, o desligamento pode ocorrer por justa causa.

Mesmo perfis fechados não garantem total privacidade. “Ainda que um perfil privado restrinja o acesso direto, interações públicas, comentários e compartilhamentos podem ser visíveis. Além disso, conexões e ex-colegas podem expor informações. O ideal é manter coerência entre vida digital e profissional, independentemente da configuração de privacidade”, alerta.

Empresas também adotam medidas para evitar problemas. “Algumas organizações possuem códigos de conduta que orientam o comportamento nas redes sociais, principalmente para evitar conflitos de interesse ou danos à reputação corporativa. Monitoramento ativo pode ocorrer em casos de investigação interna, mas, no geral, empresas observam conteúdos públicos.”

Além de evitar postagens prejudiciais, um bom uso das redes sociais pode ser um diferencial. “Recrutadores avaliam coerência entre o perfil profissional e a postura nas redes. Atitudes negativas, como postagens ofensivas, exposição de antigos empregadores ou falta de profissionalismo, podem ser eliminatórias. Por outro lado, um uso estratégico das redes pode ser um diferencial positivo.”

Postagens antigas também podem afetar oportunidades profissionais, mas há maneiras de minimizar impactos. “Sim, publicações feitas anos atrás podem ressurgir e afetar oportunidades. Para mitigar riscos, o ideal é revisar e excluir conteúdos inapropriados. Se uma postagem negativa for resgatada, assumir responsabilidade e mostrar amadurecimento é a melhor forma de minimizar o impacto.”

A recomendação da especialista para quem deseja usar as redes sociais a favor da carreira é clara: “Compartilhar conhecimento da área, interagir com especialistas, demonstrar boas práticas e valores alinhados ao mercado são formas eficazes de usar as redes a favor da carreira. Manter um perfil atualizado no LinkedIn, participar de discussões relevantes e evitar polêmicas desnecessárias também são boas estratégias.”

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