Inteligência Artificial põe em risco futuro de algumas profissões; saiba quais

Especialistas em tecnologia e em recursos humanos falam sobre ofícios que podem ou não ser substituídos pela IA

Gabriel da Mota
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Com o avanço da Inteligência Artificial (IA), o que inclui automação de tarefas repetitivas e execução de atividades que, antes, eram feitas exclusivamente por pessoas, o panorama de algumas profissões pode mudar nos próximos anos. No entanto, especialistas em tecnologia e em recursos humanos afirmam que nem todas as ocupações estão em risco, já que algumas profissões são altamente dependentes de habilidades humanas únicas, criatividade e tomada de decisões complexas, tornando-as menos suscetíveis à substituição completa. 

A doutoranda em Ciência da Computação com linha de pesquisa em IA pela Universidade Federal do Pará (UFPA), Samara Souza, lista três profissões que podem enfrentar desafios com a ascensão da IA:

  1. Operadores de Telemarketing: Sistemas de atendimento ao cliente baseados em IA, como chatbots e assistentes virtuais, estão se tornando cada vez mais comuns. Esses sistemas podem lidar com um grande volume de consultas de maneira eficiente e a um custo reduzido, diminuindo a necessidade de operadores humanos para tarefas básicas de suporte.
  2. Caixas de Supermercado: A automação dos pontos de venda, incluindo self-checkouts, já está presente em muitos supermercados. Com a evolução da IA, esses sistemas se tornarão ainda mais eficientes e prevalentes, reduzindo a necessidade de caixas humanos.
  3. Contadores e Auditores Júnior: Softwares de contabilidade e auditoria baseados em IA são capazes de realizar análises detalhadas e detectar fraudes ou inconsistências com uma precisão superior à dos humanos. Isso pode diminuir a demanda por profissionais em funções de nível básico que realizam tarefas repetitivas e de baixa complexidade.

“Esses são alguns exemplos de profissões em risco de desaparecerem com o avanço da IA, mas à medida que a tecnologia se torna mais sofisticada, é provável vermos uma crescente automação em diversas áreas, transformando a maneira como trabalhamos e desafiando os profissionais a se adaptarem a novas realidades no mercado de trabalho”, afirma a pesquisadora.

Potencializadora de talentos 

A especialista em gestão de pessoas por competências, Sharon Soares, afirma que o impacto da IA deve chegar a quase todas as profissões, no mundo inteiro, mas isso não quer dizer que todas elas irão acabar. “A inteligência artificial não deve ser encarada como uma ameaça apenas, mas como uma ferramenta que potencializa ainda mais os talentos naturais ou adquiridos de cada profissional, deixando-o mais livre para tarefas que exigem competências que a IA ainda não realiza”, explica. Um dos exemplos dados por Sharon é um contador ou advogado em início de carreira: “Ele pode estar mais na mira do que um motorista de aplicativo, por exemplo, já que ainda não temos carros autônomos, mas temos a IA produzindo relatórios”, compara.

Funções que exigem habilidades sociais complexas, tomada de decisões, gerenciamento de conflitos e negociações entre pessoas ainda não podem ser desempenhadas pela Inteligência Artificial, assegura Sharon. 

Por outro lado, os ofícios que serão menos impactados pelas tecnologias de IA, segundo a especialista, incluem: trabalhadores de manufaturas e fábricas, agricultores e profissionais da saúde, por diferentes motivos. No primeiro caso, ainda se entende como necessário o trabalho em conjunto na mesma proporção entre humanos e tecnologia. “A agricultura é considerada uma das áreas mais antigas do mundo e resistiu ao passar do tempo a quatro revoluções industriais. Muitas fazendas pequenas não têm recursos suficientes para investir em mais maquinário, embora fazendas maiores já tenham começado a automatizar tarefas que exigem maior esforço físico”, analisa.

Na medicina, há uma necessidade de compaixão que a IA é incapaz de reproduzir, segundo Sharon. “A maioria dos adultos quer ouvir sobre sua saúde de um ser humano. Profissionais que produzem relatórios e registros médicos, secretários médicos e técnicos de informações de saúde são os empregos mais prováveis a serem automatizados na área, não sendo aqueles que diretamente atuam com pacientes”, finaliza.

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