Equipes multigeracionais: Como superar desafios e potencializar o trabalho em equipe nas empresas

Especialistas apontam que, além de integrar profissionais com visões distintas, essas equipes têm o potencial de impulsionar a inovação e melhorar os resultados organizacionais

Gabi Gutierrez
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No mercado de trabalho atual, as mudanças rápidas e as constantes inovações tecnológicas exigem um novo conjunto de habilidades dos profissionais. Nesse cenário, o trabalho em equipe se tornou uma competência essencial, especialmente em empresas que lidam com equipes multigeracionais. A convivência de diferentes faixas etárias no ambiente corporativo apresenta tanto desafios quanto oportunidades para as organizações. Especialista aponta que, além de integrar profissionais com visões distintas, essas equipes têm o potencial de impulsionar a inovação e melhorar os resultados organizacionais.

Para Anna Padinha, especialista em recrutamento e gestão de pessoas, a diversidade geracional nas equipes traz diversas vantagens para o ambiente corporativo, pois combina experiências e perspectivas distintas. Segundo ela, profissionais mais experientes, como os da geração Baby Boomer ou da Geração X, são responsáveis por transmitir resiliência, visão estratégica e uma sólida capacidade de resolver problemas complexos. "Eles trazem consigo um histórico de superação de desafios, o que é valioso para a organização", explica. Por outro lado, as gerações mais jovens, como Millennials e Geração Z, são reconhecidas pela sua criatividade, agilidade e familiaridade com as tecnologias emergentes, características essenciais para a inovação contínua. "Essa combinação de perfis é um diferencial competitivo, capaz de impulsionar a inovação e a adaptabilidade organizacional", complementa.

Para a psicóloga organizacional Silvia Vasconcelos, é importante considerar também o impacto emocional da convivência entre gerações. “As diferenças de comunicação, se não forem gerenciadas, podem gerar sentimentos de frustração ou desvalorização em ambas as partes”, explica. Segundo ela, as gerações mais jovens, acostumadas com interações rápidas e digitais, podem sentir impaciência diante de processos mais tradicionais, enquanto os profissionais mais experientes podem interpretar essa agilidade como falta de paciência ou comprometimento.

Choque de gerações
Entretanto, a convivência entre profissionais de diferentes gerações também pode apresentar desafios. A especialista aponta que as diferenças de comunicação, estilos de trabalho e expectativas são alguns dos pontos críticos que podem gerar conflitos. "Profissionais mais jovens podem preferir estruturas hierárquicas horizontais e maior flexibilidade, enquanto os mais experientes valorizam estabilidade e estruturas tradicionais", observa Padinha. Esses contrastes podem, em alguns casos, dificultar a colaboração.

Silvia Vasconcelos complementa que essas dificuldades podem ser amenizadas com o fortalecimento da segurança psicológica no ambiente de trabalho. “É fundamental que todos os colaboradores sintam que suas ideias e perspectivas são ouvidas e respeitadas, independentemente da geração a que pertencem”, enfatiza.

Estratégias
Para promover uma convivência mais harmoniosa entre as gerações, a especialista sugere algumas boas práticas. Primeiramente, destaca a importância da mentoria reversa, onde os profissionais mais jovens compartilham sua expertise tecnológica com os mais experientes, enquanto aprendem sobre liderança e gestão. "Essa troca promove um aprendizado mútuo e fortalece os laços entre as gerações", afirma.

Outra prática recomendada é o treinamento em comunicação, que visa reduzir ruídos e melhorar a interação entre as diferentes faixas etárias. "Capacitações voltadas para a comunicação empática são essenciais para promover um diálogo construtivo entre as gerações", explica Padinha.

Silvia Vasconcelos reforça a necessidade de criar espaços de escuta ativa para todos os colaboradores. “A criação de fóruns internos ou dinâmicas de grupo permite que diferentes gerações compartilhem suas expectativas e experiências, construindo um ambiente mais colaborativo e menos propenso a conflitos”, sugere.

Além disso, Padinha considera importante valorizar a diversidade, implementando políticas inclusivas que reconheçam as contribuições únicas de todas as idades. "É fundamental que cada geração seja ouvida e respeitada, pois isso fortalece o sentido de pertencimento e a colaboração", aponta a especialista.

Outro aspecto importante é a flexibilidade no trabalho, que pode ser alcançada por meio de horários flexíveis e diferentes formatos de trabalho, adaptando-se às preferências e necessidades de cada grupo etário. "A flexibilidade ajuda a aumentar a produtividade e o engajamento de todos os membros da equipe, respeitando as diferentes formas de trabalhar", conclui.

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