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Domine a oratória para garantir uma vaga de emprego; veja como treinar em casa

A oratória é a habilidade mais valorizada pelas empresas, revela mentor

Amanda Engelke

No mercado de trabalho atual, a oratória é uma habilidade essencial para profissionais de todas as áreas. Segundo Yago Baia, palestrante e mentor em oratória e vendas, a comunicação eficaz é um diferencial decisivo em processos seletivos. Ele aponta uma pesquisa do LinkedIn de 2023 que revela que a oratória é a habilidade mais valorizada pelas empresas. "Em entrevistas, não basta ser tecnicamente bom; é preciso se vender e se apresentar como bom", ressalta Yago.

O mentor explica que a oratória vai além de simplesmente falar bem. Ela envolve a capacidade de contar a própria história de forma envolvente, apresentar as qualificações de maneira clara e demonstrar como o candidato pode agregar valor à empresa. Yago destaca que a linguagem corporal e o tom de voz são elementos essenciais, muitas vezes mais impactantes do que o próprio conteúdo das palavras. "A forma como nos comunicamos, desde o tom de voz até a postura, pode ser decisiva na percepção do recrutador", aponta.

Dicas para melhorar a oratória em casa

Para aqueles que desejam aprimorar sua oratória, Yago sugere três estratégias práticas:

Treino contínuo: "Oratória é treino, então você deve falar em frente ao espelho, falar nas redes sociais, se conseguir, gravar vídeos e se expor para falar em público", aconselha. Ele enfatiza a importância da repetição e da prática constante para superar o nervosismo e a ansiedade, que são respostas naturais do cérebro ao falar em público.

Simulação de entrevistas: Yago recomenda que os candidatos simulem situações de entrevista, praticando respostas a perguntas comuns e ensaiando a apresentação de suas histórias e qualificações. "Simule as perguntas que provavelmente o recrutador fará, simule contar sua história, simule como você pode ajudar a empresa", orienta.

Feedback pessoal: Gravar-se falando e assistir aos vídeos pode ajudar a identificar áreas de melhoria. Yago sugere que, ao se observar, o candidato pode ajustar sua postura, entonação e linguagem corporal para melhorar sua apresentação.

Erros comuns em entrevistas e como evitá-los

Yago aponta vários erros comuns que podem prejudicar o desempenho de um candidato durante uma entrevista, veja:

Falta de energia: "Quando alguém está desleixado na postura, já passa a imagem de que provavelmente não está tão interessado na vaga", observa Yago. Ele destaca a importância de uma postura ereta e de falar com energia, seja em entrevistas presenciais ou online.

Foco errado na conversa: Muitos candidatos se concentram em como a empresa pode beneficiá-los, em vez de destacar como podem contribuir para a empresa. "Lembre-se, na hora de contratar, buscamos alguém que agregue valor à empresa, que resolva algum problema", explica Yago.

Mentalidade de aprendizado: Demonstrar disposição para aprender e se adaptar é fundamental. Segundo Yago, a "coachability", ou aptidão para aprender, é uma característica valorizada pelos recrutadores.

Além disso, Yago sugere evitar vícios de linguagem e enfatiza a importância de criar uma conexão com o recrutador, utilizando técnicas de rapport e pesquisa prévia sobre a empresa. “Técnicas de rapport”, conforme citado pelo mentor, referem-se às estratégias usadas para construir uma conexão e criar um entendimento mútuo com outra pessoal com o objetivo de estabelecer uma relação de confiança e empatia. "No final das contas, é uma pessoa lidando com outra pessoa", comenta.

Diferencial competitivo

Yago defende que, durante o processo seletivo, a oratória pode ser o fator decisivo que diferencia um candidato dos demais. “Se soubermos contar uma boa história, construir uma narrativa, falar com energia”, afirma. Por outro lado, a falta de energia e de clareza na comunicação pode ser um critério de eliminação. "Se você não fala com energia suficiente, provavelmente passará a impressão errada para a pessoa que está querendo te contratar, de uma comunicação ineficaz", alerta.

Yago ilustra a importância da oratória com o exemplo de uma aluna de seu curso que estava se candidatando a uma vaga em um hospital. Ela era fisioterapeuta e, apesar de ter uma formação técnica sólida, enfrentava dificuldades na comunicação devido à fala rápida e dificuldade em articular as palavras. Após um ano no curso de oratória, onde aprendeu a controlar a timidez, articular as palavras corretamente, e usar exercícios de aquecimento vocal e técnicas de respiração, ela se sentiu mais confiante.

Na entrevista final para a vaga, o recrutador elogiou a candidata pela sua simpatia e clareza, dizendo que, embora outro candidato tivesse mais experiência, ela se destacou por saber explicar suas qualificações de maneira direta e envolvente. "O currículo da outra pessoa tinha mais experiência que o seu, mas nós, junto com a outra recrutadora, decidimos pela sua contratação porque você foi simpática, explicou bem e foi direta ao ponto", contou o recrutador.

Yago ressalta que esse exemplo demonstra como habilidades menos convencionais, como a oratória e a inteligência emocional, podem superar as habilidades técnicas em processos seletivos. “Hoje, o que contamos são as habilidades pouco convencionais, como oratória e inteligência emocional, que muitas vezes vão valer mais do que as habilidades técnicas. A técnica pode ser desenvolvida, mas uma oratória acima da média pode fazer a diferença e nos destacar rapidamente”, conclui.

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