Brasileiros ampliam fronteiras profissionais em empresas internacionais
Especialistas dão dicas para quem quer expandir os horizontes do currículo

A globalização transformou o mercado de trabalho, abrindo portas para profissionais brasileiros em empresas internacionais. Trabalhar fora do Brasil – seja presencialmente ou remotamente – pode ser uma oportunidade de crescimento, mas também traz desafios que vão além do idioma.
A experiência de atuar em um ambiente multicultural proporciona não apenas crescimento profissional, mas também desenvolvimento pessoal. No entanto, para conquistar uma vaga em uma empresa internacional, é necessário entender as exigências do mercado, as competências valorizadas e os desafios da adaptação a uma nova cultura.
Caminho
Lucas Pinto, atua como Especialista Sênior em Compliance, que é responsável por garantir que uma empresa siga normas, regulamentos e políticas internas e externas, reduzindo riscos e prevenindo problemas legais, financeiros e éticos. O brasileiro tem uma trajetória que reflete bem os desafios e as recompensas do mercado de trabalho internacional. Há quase 12 anos no Canadá, ele iniciou sua jornada ao sair do Brasil para uma segunda graduação. Desde então, acumulou experiências que o ajudaram a entender as diferenças entre os ambientes profissionais brasileiros e canadenses.
"Conseguir uma vaga no exterior é um processo diferente do que estamos acostumados no Brasil. O currículo, o processo seletivo e as entrevistas são mais focados na demonstração da experiência e do impacto real do profissional, e menos em comprovações burocráticas", explica Lucas.
Plataformas como LinkedIn e Indeed, além do networking, desempenham um papel fundamental na busca por oportunidades. Dependendo do setor, até mesmo recrutadores podem abordar diretamente candidatos que possuam perfis atualizados e compatíveis com as demandas do mercado.
Desafios culturais e de comunicação
Trabalhar em uma empresa internacional significa estar em contato com pessoas de diferentes culturas e perspectivas. No Canadá, por exemplo, a diversidade cultural exige que os profissionais estejam abertos a novas experiências e saibam respeitar diferentes formas de pensar e se comunicar.
"Mesmo dominando o inglês, é um aprendizado constante lidar com sotaques variados e formas de comunicação distintas. A chave para o sucesso é a adaptação e a escuta ativa", ressalta Lucas.
A especialista em gestão de pessoas Katiene Souza complementa que, além do idioma, algumas habilidades são fundamentais para quem deseja ingressar no mercado internacional. "É essencial ter domínio de ferramentas tecnológicas, capacidade de adaptação a fusos horários diferentes e uma comunicação clara e assertiva", afirma.
Trabalho remoto como ponte para o mercado global
O avanço do trabalho remoto ampliou ainda mais as oportunidades para brasileiros que desejam atuar em empresas internacionais sem precisar sair do país. Para empresas, essa modalidade permite acesso a talentos globais, redução de custos operacionais e maior diversidade nas equipes.
Lucas, que trabalha remotamente do Canadá para uma empresa australiana, vê essa dinâmica como essencial. "Minha interação com times da Austrália, Filipinas e Europa acontece exclusivamente de forma digital. O maior desafio é lidar com os fusos horários, mas, quando bem estruturado, o trabalho remoto aumenta a eficiência", explica.
Por outro lado, ele destaca que o sucesso nesse modelo de trabalho depende da capacidade de adaptação das empresas. "A gestão precisa entender as dinâmicas do remoto e não apenas tentar digitalizar processos presenciais", observa.
Como se destacar?
Para os brasileiros que sonham em trabalhar no exterior ou em uma empresa global, Lucas e Katiene recomendam entender a cultura corporativa do país ou da empresa, estar pronto para se adaptar rapidamente e absorver novas perspectivas. Além disso, é essencial manter perfis profissionais atualizados em plataformas como LinkedIn, que são fundamentais para ser notado por recrutadores. Dominar o idioma principal da empresa também é indispensável, sendo a fluência mais relevante do que a ausência de sotaque. Por fim, desenvolver habilidades técnicas e comportamentais, como comunicação assertiva e flexibilidade, pode ser um diferencial importante.
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