Branding Pessoal: entenda como uma boa imagem pode aumentar oportunidades no mercado
Especialista detalha benefícios e estratégias desse tipo de preparação para a carreira
Construir uma identidade profissional ou pessoal também exige estratégia e estudo, isso é o que se conhece como Branding Pessoal ou em tradução literal a construção da sua marca pessoal. Para alcançar a postura, a especialista em comunicação e branding pessoal, Norimar Muller, explica ser necessário “alinhar a percepção que o mercado tem de você com os seus objetivos”. “No fundo, todos nós já temos uma marca pessoal – é aquilo que as pessoas dizem sobre nós, quando não estamos na sala", afirma a especialista.
O pulo do gato nesse segmento seria então a maneira como cada profissional conduz a construção dessa identidade, se é intencional ou guiada pela definição de outros. Em um exemplo prático, a especialista nos provoca para imaginar um advogado especializado em uma área que deseja ser lembrado por isso. Segundo ela, para que isso ocorra de maneira sólida, ele precisaria se posicionar como uma autoridade no assunto que domina, utilizando as suas plataformas, comparecendo a eventos e ganhando visibilidade, por exemplo.
“O mesmo vale para um executivo que deseja crescer na carreira: se ele se comunica bem, demonstra seus valores e tem presença online e offline, ele se destaca internamente na empresa e também no mercado”, acrescenta em outro exemplo.
Ela resume esse processo como a ação de ser mais do que bom no que se faz, mas também de ser visto como bom. Por isso, o oposto também pode acontecer, e muitos profissionais com excelência perdem destaque ou espaço no mercado, por não serem vistos como tal. Nesse sentido, a construção dessa imagem surge como mecanismo de aprimoramento essencial nas carreiras.
Aplicação prática
Seja para empresários, profissionais nichados ou funcionários dentro de empresas, o branding pessoal atinge a todos. Nesse caso, Muller destaca alguns exemplos: profissionais autônomos, como médicos, e prestadores de serviço em instituições. No primeiro exemplo, um médico com um bom branding pessoal, costuma manter seus pacientes mesmo em caso de mudanças de endereço ou estabelecimento. Quanto aos prestadores de serviço, o principal benefício é a possibilidade de progredir dentro da mesma empresa, com a demonstração de especializações, salientando as contribuições do prestador para a empresa.
“Para um funcionário, não desenvolver sua marca pessoal pode significar perder promoções para colegas que sabem se comunicar melhor e que se posicionam como referência dentro da empresa. Muitas vezes, o profissional domina um assunto, mas outro, que sabe se expressar, que participa de eventos, que compartilha conhecimento no LinkedIn, por exemplo, se destaca e cresce mais rápido”, ressalta.
Mercado mais moderno
Apesar do dinamismo atual do mercado, a especialista ressalta as novas ferramentas disponíveis, mas esclarece que não bastam apenas as usar sem alguma estratégia para isso. Nesse sentido, um ponto fundamental é a convergência entre o online e offline, é a soma desses dois ambientes que garante a solidez da sua marca.
“Plataformas como LinkedIn, Instagram e TikTok permitem que qualquer pessoa compartilhe conhecimento, construa autoridade e expanda sua influência. Mas é essencial entender que estar presente não é suficiente – é preciso ter um posicionamento claro e consistência na comunicação.”
Ela pontua três passos importantes nesse processo: estratégia, autenticidade e coerência. O primeiro ajuda a planejar os conteúdos de postagens, por exemplo, já que mais importante do que a publicação é a sua mensagem. Enquanto o segundo, auxilia na consolidação do seu público, que precisa se fixar a uma imagem real e orgânica. Por último, a coerência conecta a imagem online e offline, mantendo os mesmos posicionamentos alinhados nos dois ambientes.
Novas tendências
“Novas tecnologias também geram novas ferramentas que podem ser utilizadas na construção do branding pessoal”, descreve Muller, sobre as inovações constantes. Entre as tendências, ela aposta no uso de Inteligência Artificial (IA), como o Chat GPT e editores de vídeo avançados. Mas, segundo ela, o grande diferencial é usar essas tecnologias sem perder o toque humano. “A IA pode acelerar processos, mas a sua identidade e a forma única de se comunicar continuarão sendo insubstituíveis. Ou seja, use a IA como aliada, não substituta”, explica.
“Branding pessoal forte em 2025 significa saber se adaptar a diferentes formatos: vídeos curtos no TikTok e Reels, artigos no LinkedIn, podcasts e até mesmo newsletters exclusivas. A diversificação da presença digital será essencial para construir reconhecimento e autoridade”, aposta.
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Experiência
A empresa onde a supervisora técnica dos processos de higienização profissional Cleane Lima trabalha contratou uma consultoria de branding pessoal para os funcionários. Ela conta que foi “uma experiência desafiadora”, porque mudou suas crenças, a forma de vestir, e principalmente a forma de pensar.
“O principal benefício foi acreditar no meu potencial, saber que posso sempre ser melhor que antes, ver como as pessoas gostaram das mudanças, deixar algumas crenças para trás e me transformar como pessoa, como profissional e principalmente como mulher”, afirma.