Empreendedorismo: Saiba os setores e tendências que vão movimentar o Pará em 2025

Rubens Magno, diretor superintendente do Sebrae no Pará, avalia cenário para 2025, ano de COP no Pará. 

Amanda Engelke / Especial para O Liberal
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A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá em Belém em novembro de 2025 é uma janela de oportunidades para empreendedores no Pará. Rubens Magno, diretor superintendente do Sebrae no Pará, diz que o evento já está movimentando diversos setores. Turismo, sustentabilidade, moda ancestral e alimentos regionais estão entre as principais oportunidades estratégicas para negócios locais. Os setores devem ganhar ainda mais destaque em 2025. Veja as tendências.

Turismo e hospitalidade

Segundo Rubens Magno, o turismo é uma das áreas que já sente os impactos da COP 30. “A COP 30 já começou para o Pará há mais de dois anos, desde a COP 27 em Sharm El-Sheikh, no Egito. Quando o Governo do Estado e o Governo Federal postularam a candidatura de Belém, o movimento já começou. Estamos percebendo um impacto significativo. A ocupação nos hotéis, por exemplo, já é muito maior do que nos períodos anteriores”, comenta.

O diretor superintendente do Sebrae no Pará avalia que o fluxo de visitantes internacionais, estimado em mais de 60 mil pessoas, cria uma demanda que vai além da hospedagem; envolve também a experiência do turista na cidade. “A gastronomia, a mobilidade urbana e outros serviços relacionados ao turismo já estão em alta. É fundamental que os empreendedores locais estejam preparados, porque queremos que o dinheiro fique aqui no estado”, afirma Rubens.

image Rubens Magno, diretor-superintendente do Sebrae no Pará (Foto: Ivan Duarte | Arquivo O Liberal)

Magno reforça que o Sebrae está capacitando os empreendedores para atender a essas demandas. “Estamos fazendo um grande esforço para fortalecer setores como economia criativa, mobilidade urbana e alimentos e bebidas, que certamente serão áreas muito demandadas. Precisamos garantir que nossos empreendedores estejam alinhados às pautas internacionais e completamente capacitados para aproveitar essas oportunidades”, destaca.

Gastronomia e alimentos regionais

Outro setor com potencial de crescimento em 2025 é o de alimentos regionais, que combina a valorização da biodiversidade amazônica com a demanda por produtos sustentáveis e de alto valor agregado. Noanny Guimarães Maia, produtora de cacau e CEO da Cacauaré Amazônia Comércio, é um exemplo de empreendedora que já aposta nesse mercado. Finalista do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios, ela iniciou sua trajetória no setor em 2020.

“Eu vim de uma área completamente diferente, mas percebi o potencial do cacau como um produto de altíssimo valor. O Sebrae foi essencial nesse processo de transição, oferecendo capacitação e modelagem de negócios que me ajudaram a estruturar minha empresa”, conta Noanny. Hoje, a Cacauaré beneficia mais de 30 famílias, incluindo ribeirinhos, indígenas e quilombolas, promovendo alimentos de alto valor agregado que carregam a essência da floresta e da cultura amazônica.

Noanny observa que o mercado está mais receptivo a produtos amazônicos. “No setor de alimentos, ingredientes originários da Amazônia, como o cumaru e a pupunha, têm sido absorvidos por mercados maiores, não se limitando mais a nichos. É um ótimo momento para o cacau também. Nunca se falou tanto sobre ele e seus impactos positivos, desde o equilíbrio climático até o desenvolvimento social e a reidentificação de territórios”, afirma.

Práticas sustentáveis

A sustentabilidade é uma das principais tendências para 2025. Rubens Magno observa que a sustentabilidade é algo que o Sebrae já apontava e trabalhava como tendência, mas que agora, mas que, agora, ganha ainda mais relevância pelo fator Amazônia. “É importante, no entanto, entender a sustentabilidade de forma ampla. Não estamos falando apenas de ecologia e ecossistemas, mas também de sustentabilidade social e financeira”, pontua.

Magno afirma que o Sebrae tem atuado para incorporar práticas de impacto ambiental, social e econômico na agenda dos empreendedores paraenses, que devem estar alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). “As empresas precisam estar alinhadas a essas demandas globais. Negócios que integram inovação e responsabilidade conquistam espaço em mercados de alto valor e atraem consumidores mais exigentes”, afirma.

A produtora Noanny Maia também avalia que a sustentabilidade está cada vez mais inserida nos mercados de luxo e produtos de alto impacto. “A sustentabilidade, incluindo práticas como lixo zero, está em alta. Produtos que carregam impacto positivo, tanto social quanto ambiental, são os que têm mais potencial de crescimento nos próximos anos”, observa.

Moda ancestral e economia criativa

Rubens Magno destaca que a moda ancestral está alinhada à economia criativa, uma área que deve ser fortemente demandada em 2025. “Temos projetos como a Cápsula do Marajó, que já movimenta um número significativo de pessoas engajadas nesse processo. Nesse projeto, inclusive, tivemos a oportunidade de levar a moda marajoara para o mundo, como na apresentação durante a Milan Fashion Week”, comenta.

Rubens explica que o crescimento da moda artesanal reflete a busca dos consumidores por produtos autênticos e sustentáveis, alinhados às tendências globais. No contexto da COP 30, isso ganhará ainda mais força. “Estamos falando de moda que respeita a cultura local e utiliza materiais sustentáveis. Isso está alinhado às demandas do mercado internacional por produtos autênticos e com histórias reais por trás”, explica Rubens.

Letramento

Noanny aconselha os empreendedores a buscarem apoio. “O Sebrae, sem dúvida, é a entidade mais competente para esse tipo de modelagem. Contamos com uma equipe enorme e diversos programas dentro do ecossistema Sebrae. Para quem trabalha com o empreendedor rural, temos também os sindicatos e federações, que estão capacitados para modelar tanto os empreendedores quanto os negócios”.

Além disso, a produtora enfatiza a importância do aprendizado constante e da visão estratégica. “Foi o letramento de impacto que transformou a nossa forma de fazer negócios. Entendemos que não é só sobre o lucro, mas sobre transformar realidades e oferecer algo de valor ao mundo. Isso é o que faz a diferença no mercado atual”, opina Noanny.

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