Profissões inusitadas ganham espaço com registro como MEI
Formalização garante nota fiscal, amplia credibilidade e impulsiona negócios alternativos como mágica, cartomancia e terapias integrativas.
No Brasil, mais de 15 milhões de pessoas já se formalizaram como MEI (Microempreendedor Individual). A formalização tem impulsionado não só negócios tradicionais como os de alimentação ou beleza, mas também profissões alternativas, como mágicos, cartomantes e terapeutas. E é nesse universo criativo que surgem histórias de reinvenção e crescimento profissional.
Mágico usa MEI para ampliar atuação em eventos e palestras
O mágico e ilusionista Paulo Carvalho encontrou no registro como MEI a oportunidade de expandir sua arte para além dos palcos infantis. Formado em História, atua com mágica desde 2008 e formalizou seu CNPJ em 2015.
“Quando se fala em mágica, as pessoas não esperam que seja uma profissão. Mas o MEI me deu acesso a um público maior, empresas, instituições. Isso mudou tudo”, conta.
Com o MEI, Paulo passou a emitir nota fiscal, o que abriu portas para o mercado corporativo e educacional. Hoje, ele oferece palestras temáticas com mágica sobre temas como meio ambiente, bullying e leitura. “É uma forma de arte com muito potencial, que também educa”, afirma.
Ela ressalta, no entanto, a falta de suporte específico para profissões não convencionais. “A maior parte das capacitações é voltada para quem vende produto. Falta entendimento sobre essas profissões. Não é por falta de profissional, mas por desconhecimento mesmo”, afirma.
Quanto à cartomancia, Dani pontua que a ausência de regulamentação ainda é um desafio. “Existe um fator espiritual que não se encaixa no modelo tradicional de empreendedorismo. Mas é um trabalho legítimo, com demanda e profissionalismo.”
Por que formalizar como MEI é importante?
Tanto Dani quanto Paulo concordam que o registro como MEI representa muito mais do que ter um CNPJ. Ele é um passo rumo à profissionalização, reconhecimento e crescimento do negócio.
“Ser MEI é uma forma de dizer: esse trabalho é sério. Eu sou um profissional”, resume Paulo.
Com a flexibilização das ocupações permitidas, o MEI se torna cada vez mais acessível a quem atua em nichos criativos, espirituais ou artísticos. E, para muitos, é o primeiro passo rumo ao sucesso.