Marmitas fitness: nicho de refeições saudáveis cresce em Belém
Fornecimento alimentício para consumo domiciliar está em expansão na capital paraense. Empreendimentos do segmento fitness têm conquistado cada vez mais adeptos.
Fornecimento alimentício para consumo domiciliar está em expansão na capital paraense. Empreendimentos do segmento fitness têm conquistado cada vez mais adeptos.
Na busca por uma alimentação balanceada em meio à correria do dia a dia, cada vez mais pessoas têm adquirido marmitas fitness: refeições com temperos naturais e em quantidades regradas, para objetivos de saúde específicos. Um levantamento feito pelo Grupo Liberal na base de dados do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) mostra que, em 2023, foram abertas 450 micro e pequenas empresas no ramo de “fornecimento de alimentos preparados preponderantemente para consumo domiciliar” em Belém – em 2020, foram 253. No segmento de refeições saudáveis, empreendedores observam um mercado promissor.
Mariana Brito, de 52 anos, e Camila Corrêa, de 33, são mãe e filha e comercializam marmitas fitness desde 2019, quando a demanda surgiu de modo espontâneo. “Eu e minha filha fazíamos marmitas pra gente levar para o trabalho, e os nossos colegas passaram a querer também: ‘Faz para mim!’, ‘Quanto é que tu cobra?’. No boca a boca, quando a gente percebeu, já estava uma coisa enorme”, conta Mariana, que desde 2020, dedica-se completamente ao negócio, enquanto a filha segue trabalhando fora, mas colabora com o empreendimento nas horas vagas.
Cinco opções são oferecidas aos clientes: fit (o mais natural possível), low carb (para quem precisa reduzir a ingestão de carboidratos), vegetariano (sem carne de origem animal), gourmet (mais sofisticado) e maromba (com bastante calorias, para quem está no processo de hipertrofia). O custo varia entre R$ 14 e R$ 22. “Também trabalhamos com cardápio personalizado: para clientes que têm um plano alimentar, por indicação de nutricionista, a gente produz de acordo com o plano”, acrescenta Mariana.
Na avaliação de Tiago, “futuramente, mais pessoas devem continuar buscando isso, já que ajuda na prevenção de várias doenças, melhora a qualidade de vida e aumenta a longevidade. Como tendência, é normal que aumente a quantidade de empresas para satisfazer a demanda do mercado. Hoje em dia, a concorrência é muito maior que em 2015, mas a demanda do mercado também cresceu”, pontua o empreendedor, que tem como maioria da clientela (70%) formada por mulheres entre 25 e 40 anos de idade.
A médica Fabricia Tuma, de 38 anos, aderiu ao consumo de marmitas fitness há alguns meses. Ela e o marido possuem uma rotina atarefada, dividindo-se entre o trabalho e o cuidado do filho de quatro anos, e optaram pela praticidade para manter uma alimentação saudável. “Atualmente, a gente gasta entre R$ 80 e R$ 100 por semana, porque depende da quantidade que a gente vai pedir. Não é fixo, cinco vezes por semana, é de acordo com a necessidade e com o cardápio”, explica Fabricia.
Clientes de Mariana e Camila, a médica prefere as marmitas low carb e vegetariana, enquanto o marido consome a do tipo maromba. “Em relação ao ganho de saúde, já perdemos um pouco de peso, mas o principal benefício é comer um alimento saudável, bem preparado e, ao mesmo tempo, saboroso”, afirma Fabricia. Do ponto de vista econômico, a consumidora pondera: “Se uma pessoa tem tempo e consegue cozinhar a própria comida em grande quantidade, acredito que sai um pouco mais barato. Como eu sou mãe e não tenho uma funcionária fixa, tem dias que eu não tenho condições de parar, porque o filho está doente, tem uma coisa pra resolver na rua. Então, pra mim, vai ser mais uma economia de tempo do que de dinheiro em si”, finaliza.