Jovens apostam em profissões consideradas antiquadas

Parcela da nova geração se identifica com profissões consideradas extintas ou em processo de extinção

Elck Oliveira

Com o avanço da tecnologia e o surgimento de novos campos profissionais, é natural que algumas profissões comecem a ser deixadas de lado, especialmente pelas novas gerações, que passam a buscar atividades mais afins à nova realidade, como, por exemplo, ligadas às áreas de informática, internet, entre outras. No entanto, algumas opções - consideradas antiquadas por uma grande parcela da população mais jovem - agradam em cheio a uma outra parte dos jovens, que faz questão de manter vivos determinados conhecimentos, buscando agregar as novidades inerentes aos tempos atuais. 

É o caso do relojoeiro Rudson Alencar, de 24 anos. Ele mora no bairro do Curió, em Belém, e começou a ter contato com o mundo dos relógios ainda na adolescência, por meio da amizade com um vizinho que exercia essa função. Foi convidado a acompanhar o trabalho desse amigo e se apaixonou pelo trabalho. Começou a estudar por conta própria, a se aperfeiçoar e, hoje, sete anos depois desse primeiro contato, trabalha em uma grande rede de lojas que oferecem esse serviço, além de ser dono de um pequeno ponto de conserto de relógios, próximo da sua casa. Normalmente, durante as manhãs, ele atende na própria loja e, à tarde, segue para o trabalho formal. 

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“Sempre gostei de relógios e, depois, com o tempo, fui me aproximando de pessoas que trabalhavam no mesmo ramo e que moravam perto de casa. Aí um amigo me deu os primeiros passos e eu fui buscando aprender realmente. Com o passar dos anos, fui ganhando experiência e me desenvolvendo cada vez mais. Hoje, mexo com quase todos os tipos de relógio e realmente gosto do que faço”, conta. 

image Rudson diz que alguns clientes estranham, quando percebem que ele é o relojoeiro que vai atendê-los (Filipe Bispo/ O Liberal)

Rudson diz ainda que alguns clientes estranham, quando percebem que ele é o relojoeiro que vai atendê-los. “Aqui na loja, eu conserto vários relógios por dia, mais ou menos, 25, em média. Porque eu já tenho bastante prática e experiência com quase todos os tipos de relógio. Minha meta é continuar melhorando, evoluindo. As pessoas, às vezes, olham com certa desconfiança, mas, quando veem que eu realmente sei do que estou falando, isso passa. E a demanda realmente é bem grande, quase todo mundo tem um relógio em casa”, acredita.

Conserto de roupas

História semelhante tem a costureira Carol Soares, também de 24 anos. Ela é moradora de Belém e começou a se aproximar da costura com a família, que chegou a ter uma pequena fábrica de roupas. Aos nove anos, começou a aprender o ofício com uma tia, com quem morava. A partir dali, só foi aperfeiçoando até se tornar uma profissional de fato. “Aprendi tudo o que eu sei na prática”, afirma a jovem, que hoje é uma especialista em conserto de peças. Ela trabalha em uma loja e faz parte de uma equipe composta por costureiras mais velhas do que ela. Diz que aprende todos os dias com as mais experientes. “A gente sempre está aprendendo alguma coisa nova, até porque ninguém domina tudo. Eu acho que a costura é algo um pouco difícil, então, a pessoa realmente tem que gostar de fazer e ter paciência, porque é um trabalho muito minucioso, mas também muito gratificante”, relata. 

Rudson e Carol trabalham em uma rede de lojas que oferecem diversos tipos de serviços para os clientes: conserto de roupas e de bolsas, bordados, confecção de chaves e carimbos, conserto de relógios, entre outros. Segundo a gerente de uma das unidades, Raíssa Cardoso, de 26 anos, um dos preceitos da loja é justamente dar oportunidade de emprego e crescimento para jovens. “A nossa ideia é oferecer ao cliente um lugar onde ele possa encontrar vários serviços diferentes dentro de uma loja de shopping, por exemplo. E a gente acaba dando oportunidade para muitos jovens que estão à procura de emprego. Damos a capacitação e a oportunidade”, resume ela, acrescentando que cada shopping de Belém conta com uma loja da franquia. 

 
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