Empresas da Amazônia conquistam as redes
Estratégias digitais são cada vez mais importantes na gestão de negócios regionais
A digitalização dos negócios já é uma realidade na região amazônica. Com dispositivos tecnológicos mais acessíveis, acesso à internet e criatividade empregada de forma estratégica, muitos empreendedores locais têm conquistado espaço nas telas dos clientes promovendo as particularidades dos produtos e da cultura da Amazônia.
Há três anos surgiu, no distrito de Icoaraci, em Belém, um negócio que utiliza esse contexto mais favorável para levar ao mercado cosméticos veganos e 100% naturais produzidos com insumos da região. Hoje empresária, Danielly Leite trabalhou por muitos anos com educação ribeirinha e durante um processo de mapeamento das ilhas da capital aprofundou o contato com as práticas e os conhecimentos das populações tradicionais.
A partir dessa experiência começou a usar suas redes sociais para divulgar o dia a dia e alguns recursos típicos dessas localidades. A demonstração do uso do óleo de andiroba despertou interesse dos seguidores e esse foi o pontapé inicial de uma nova empresa.
“Eu passei a ensinar as pessoas a usar o óleo de andiroba e a identificar o óleo verdadeiro, daí comecei a revender o óleo dentro do Instagram sem imaginar que isso ganharia importância. O interesse cresceu e muitos vieram perguntar sobre outros produtos que tivessem base em óleos vegetais e então nasceu essa ideia de trabalhar com cosméticos naturais e artesanais”, conta Danielly, que atualmente tem um catálogo on-line com mais de 100 produtos entre sabonetes, cremes, esfoliantes, desodorantes, e argilas produzidos com açafrão, babaçu, copaíba e outras matérias-primas regionais. “A internet nos ajudou a furar a bolha”, diz a empresária.
O digital também lança moda
A internet se torna uma grande aliada de empresas que nascem exclusivamente no ambiente digital ou que não tem como não reconhecer a importância desse espaço para o desenvolvimento de seus negócios.
A empresária e estilista Adriana Henriques é um exemplo disso. Depois de trabalhar como vendedora, ela negociou o próprio carro para ter capital inicial e abriu uma loja em um prédio comercial de Belém, em 2013.
Com muitas referências de moda, Adriana lança coleções novas mensalmente que atraem as consumidoras mais ávidas por novidades. Porém, para conquistar esse público, Adriana logo cedo reconheceu que também precisaria empregar sua criatividade nas plataformas que ganharam cada vez mais popularidade.
“A tecnologia foi essencial para o meu negócio, já que eu não tinha vitrine, não era uma loja habitual com passantes. Então, eu dependia completamente das minhas publicações para que o cliente soubesse da existência da minha loja. Hoje, se você tem empresa, obrigatoriamente precisa ser ativo nas redes sociais, senão fica para trás”, afirma Adriana Henriques, que com o sucesso do negócio conseguiu sair do prédio comercial e passou a expor suas criações em uma loja na tradicional avenida Braz de Aguiar.
Doce sucesso produzido na web
Também é a partir da internet que a produção de mel da Amazônia vem conquistando os paladares de consumidores do Brasil todo. Yuri Pereira é arquiteto, mas há seis anos trabalha com meliponicultura, que é a designação dada aos méis produzidos por abelhas sem ferrão nativas.
A meliponicultura começou a fazer parte da vida de Yuri como um hobby, mas logo ele buscou formação, aprofundou conhecimentos na área e estabeleceu contatos com pesquisadores e produtores, especialmente dos municípios de São Caetano de Odivelas, Bragança e Tracuateua. Para realizar as vendas, ele ingressou em um marketplace e com o investimento em divulgação nas redes sociais alcançou um público consumidor, que em sua maioria é de fora do Estado do Pará.
“Através de boas postagens, com fotos e vídeos interessantes eu consigo atrair o público e desse público vem uma boa parte dos clientes”, conta Yuri Pereira, que destaca que além do produto diferenciado é essencial demonstrar credibilidade para que a exposição nas redes se converta em vendas.
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