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Páscoa deve triplicar faturamento de quem trabalha com chocolates no Pará

Mesmo com chocolate mais caro, período é de grande demanda de consumidores

Natália Mello
fonte

A um mês do feriado da Semana Santa, a procura pelos ovos e outros chocolates temáticos de Páscoa começa a se intensificar em Belém. Mesmo com a alta generalizada dos alimentos e, consequentemente, do preço dos chocolates, a expectativa de empreendedores é que o faturamento no período festivo seja de pelo menos o triplo do registrado regularmente ao longo do ano.

A advogada Suelen Queiroz trabalha há cinco anos com encomendas de brownies e ovos de páscoa. No ano passado, decidiu profissionalizar ainda mais a prestação de serviços e emitiu o certificado de empreendedora individual para trabalhar melhor nas encomendas – o que fez o ofício de confeiteira ser promovido de renda extra à principal. Ela conta que em 2021, junto com uma amiga, chegou a ter um faturamento bruto até cinco vezes maior do que fora da época, que alcançou a faixa de R$ 15 mil em apenas 15 dias de produção.

“Os períodos mais movimentados são as datas comemorativas, como Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Namorados e Natal, por isso, o investimento nessa época é cerca de três vezes mais do que o usual, só perde para o Natal. E a expectativa é grande como em todas as datas sazonais, no entanto esse ano acredito que o ticket médio das compras será menor do que os anos anteriores já que estamos em um período econômico bastante conturbado”, comenta.

Sabores exoticos

Suelen preparou, para 2022, alguns sabores especiais e exóticos para os clientes, seguindo a mesma linha gourmet dos cookies que passou a produzir também no ano passado. Entre os principais, ela aposta em dois carros-chefes: ovo com casca recheada de pistache e ovo recheado com creme brûllé e geleia de frutas vermelhas.

Suelen preparou, para 2022, alguns sabores especiais e exóticos para os clientes (Filipe Bispo / O Liberal)

“Meu cardápio de Páscoa vai na mesma linha dos meus cookies. Sempre tento fazer uma pegada diferente do que já fazem. O meu cookie black, por exemplo, você não costuma ver, é um produto feito com um cacau 100% que passa por um processo de torra maior que o normal. Também me inspirei no cookie de pistache para produzir o ovo, e vai ter ovo pralina de amendoim, que é o nosso pé de moleque, e com certeza deve sair muito de novo, como no ano passado, o ovo com casca de brownie”, detalha.

Também são opções de sabor para os ovos de Páscoa ninho com nutela e de ganache de café com caramelo salgado. Pequenas lembranças ainda são os que mais saem, inclusive no meio corporativo. Por isso, há opções de kit com um valor menor, de R$ 18, onde contém mini brownies. Já o produto de maior custo de Suelen é o ovo de pistache, que custa R$ 120. Devido ao aumento no preço dos insumos, a empreendedora afirma que precisou diminuir o tamanho dos ovos para não aumentar os preços e, assim, não perder os clientes.

“Ano passado, a casca do ovo tinha em torno de 350 gramas, mas esse ano está tudo mais caro, então a casca vai ter 250 gramas, para que eu consiga manter o preço. Porque imagina, em 2021, o quilo do chocolate que eu compro e vem de fora, porque é mais barato pedir, custava quilo R$ 38 agora está R$ 50. Também há a opção de ovo fit, sem glúten, sem lactose e sem açúcar refinado, porque ele é recheado com brownie fit. É legal porque contempla os que têm intolerância”, conclui.

Cestas temáticas também são opção de presentes na Páscoa

Cestas com bolsas, com balões e canecas, com coelhos. Júlia Fontelles, de 51 anos, conta que as opções são variadas de kits personalizados para a Páscoa, quando o faturamento dela chega a triplicar. Com produtos feitos individualmente, à mão, ela oferece aos clientes cestas que vão de R$ 100 a R$ 500. Ou seja, o investimento da empreendedora, que vive exclusivamente desse trabalho, é alto.

Júlia Fontelles conta que as opções são variadas de kits personalizados para a Páscoa (Filipe Bispo / O Liberal)

“Embora a economia do nosso país esteja passando por um momento muito turbulento, nós investimos bastante nesta Páscoa, pois acreditamos que, nessas horas, o brasileiro tende a consumir ainda mais produtos que tirem ele do lugar comum, que ele possa se surpreender e sonhar um pouco. E os produtos de Páscoa fazem isso, são puro encantamento. Então estou bem otimista. Para a semana em períodos normais, a média é de 40 cestas. Mas na Páscoa e outras datas especiais chego a vender isso em apenas 1 dia. Na verdade pode até passar disso”, declara.

O trabalho de tempo integral garante excelentes resultados para Júlia, que bebe em fontes francesas para se inspirar na hora de criar as cestas. Com experiência de 25 anos nas vendas relacionadas à gastronomia, a empreendedora percebeu, na pandemia, uma opção de negócio sem sair de casa, como uma renda extra, já que já tinha uma boleira funcional. O que começou, há dois anos, com piqueniques em família, deu lugar à uma ramificação do negócio. 

“Comecei com 20 cestas e vendi tudo em 10 dias. Deu tão certo que hoje fiquei só com esse produto. É uma certa magia que a nossa cesta causa. É isso o que quero que as pessoas sintam quando recebem as nossas cestas: magia. E eu me inspiro em todas as viagens que fiz para a França, justamente porque começamos num tempo em que nem sair de casa podíamos. Então, as cestas levaram esse sentimento gostoso de ‘estar fora da rotina’ para a casa das pessoas. Uma cesta faz isso. A pessoa sai de sua rotina e fica maravilhada com aquele presente cheio de delícias que ela vai descobrindo um por um”, finalizou.

image (Filipe Bispo / O Liberal)

Caminhos abertos durante a pandemia

Há 10 anos, surgia o início de um projeto familiar voltado para dois amores da família Bauer Wagner: a cozinha e a decoração. Oficialmente no mercado desde 2020, o primeiro ano da pandemia do coronavírus, o empório de biscoitos finos decorados é encabeçado por mãe e filha: Ingrid e Valquíria, que esperam uma produção de 4 mil biscoitos na Páscoa de 2022, o dobro do produzido na mesma época do ano passado. Todos os insumos necessários para alcançar essa nova marca da dupla de fabricantes, que montaram uma estrutura dentro de casa, já estão no estoque, prontos para serem trabalhados. As encomendas dos biscoitos, classificados como confeitaria seca, serão abertas na segunda-feira, dia 21 de março.

“Decidimos nos adiantar justamente por medo de novos aumentos, especialmente no trigo e no chocolate fracionado importado, preços que subiram bastante nos últimos meses. Tivemos um pequeno reajuste no início do ano devido à alta dos preços, o que para o consumidor final significou um aumento entre R$ 3 e R$ 5, dependendo do produto. Até mesmo nos fornecedores de venda por atacado, o preço está a mesma coisa do supermercado, então acredito que esse aumento é algo que todos os níveis de consumidores acabaram percebendo. Enfim, é inevitável que os custos sejam recalculados”, explica Ingrid.

Atendendo quem não opta por chocolate na Páscoa

Apesar do catálogo ser lançado somente na segunda, o empório já conta com uma lista de espera de clientes que deixaram a vaga reservada antes serem abertas as encomendas. Normalmente, a agenda é fechada cerca de 10 dias antes da Páscoa, porque a demanda alta preenche todas as vagas disponíveis. Nesse segundo ano de trabalho no período do feriado religioso, o que Ingrid diz ter percebido é que há um público grande que não é tão fã assim de chocolate, o que, para ela e a mãe, foi uma surpresa no ano passado.

“Imaginávamos que a procura inicialmente seria entre baixa e média, já que nossos biscoitos não tem o chocolate como forte. Porém, a demanda foi muito boa, especialmente para os kits que tinham biscoitos recheados e biscoitos decorados. Nosso forte continua sendo a decoração em glacê, e para este ano apostamos numa linha mais minimalista e abstrata, nas cores lavanda, verde bebê e laranja”, detalha Ingrid.

Para a Páscoa deste ano, uma novidade: um kit especial de pintura em bolacha para crianças, que em 2021 formou grande parte dos clientes do empório. “Acredito até que as mães preferiram oferecer os biscoitos na tentativa de diminuir um pouco a quantidade de chocolate que os pequenos comem, como uma alternativa mais leve para eles”, finalizou a confeiteira.

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