Drinks entram na rota turística de Belém e sustentabilidade é a principal tendência, diz empresário
Para Adailton Cordovil, empresário do ramo há 14 anos, a expansão para o mercado corporativo, especialmente no contexto da COP-30, representa uma mudança estratégica
Com a cidade se tornando palco de grandes eventos, o mercado de drinks em Belém se destaca como uma nova rota turística, impulsionado pela crescente demanda por bebidas que valorizam os sabores regionais e pela busca por práticas sustentáveis. Segundo Adailton Cordovil, empresário com mais de 14 anos no setor, o cenário é promissor para empreendedores que aliam criatividade à responsabilidade ambiental, oferecendo experiências que agradam tanto turistas quanto paraenses.
Cordovil destaca que a sustentabilidade será a grande tendência de 2025: “Para isso, tudo o que eu uso é sustentável. Uso copos de papel, e em parceria com empresas como a Hydro, ofereço copos de alumínio reutilizáveis. Não geramos lixo, pois todos os materiais são retornáveis e biodegradáveis”, explica. Ele acredita que a demanda por práticas ambientalmente responsáveis crescerá, especialmente em eventos que priorizam o consumo consciente.
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No entanto, a aposta de Cordovil vai além dos materiais sustentáveis. Seus carrinhos de drinks e sucos são inspirados na cultura portuária de Belém, com detalhes que lembram os barcos tradicionais da região. “Fiz um barquinho de madeira com as cores do Pará e bandeirinhas, como vemos nas embarcações durante as festas”, conta o empresário. Segundo ele, esse cuidado com a cenografia cria uma experiência imersiva para o consumidor e resgata a autenticidade do produto, reforçando a identidade paraense.
Com uma frota de dez carrinhos, incluindo modelos no estilo marajoara, paraense e miriti, Cordovil oferece alternativas para diferentes tipos de eventos, de festas sociais a celebrações infantis e encontros corporativos. “Os carrinhos de miriti, por exemplo, são ideais para eventos infantis ou corporativos onde não se serve álcool”, comenta. Ele vê essa adaptação como um diferencial no mercado, proporcionando uma opção regional e versátil.
Outro ponto que impulsiona o negócio de Adailton é a curiosidade por sabores regionais. Ele cita os sucos de frutas típicas, como cupuaçu e bacuri, como uma das principais atrações: “Muitos conhecem essas frutas como geleia ou doce, mas poucos provaram o suco feito da polpa fresca”, destaca. Esses sabores exóticos e autênticos atraem não apenas os moradores locais, mas também visitantes de outras regiões.
A expansão para o mercado corporativo, especialmente no contexto da COP-30, também representa uma mudança estratégica para o empresário. Belém já recebe eventos de grande porte, e Cordovil vê uma oportunidade para o mercado local com a chegada de mais turistas e profissionais de fora. “Estamos em um período aquecido. Já temos eventos com dois mil participantes diários, e isso só tende a aumentar até 2025”, afirma. Para ele, essa movimentação amplia a visibilidade do estado e fortalece setores como o de bebidas e alimentos, que buscam cada vez mais adaptar-se ao perfil de um público exigente e atento à sustentabilidade.
Cordovil acredita que o mercado de drinks e sucos em Belém está em um momento propício para crescer, alavancado pelo turismo e pela diversificação dos eventos na cidade. Resgatando a tradição da antiga Casa dos Sucos, ele vê a aposta em sucos frescos e autênticos como um diferencial competitivo. “A ideia é trazer a nostalgia da nossa cultura e levar o frescor das frutas regionais ao público. Esse resgate é uma oportunidade para fortalecer a identidade paraense”, conclui o empresário, otimista com o potencial do setor para 2025.
Empresário dá dicas de como começar negócio
Para quem deseja entrar no ramo, o investimento inicial pode ser relativamente baixo, especialmente para quem já possui habilidades na preparação de drinks. O empresário explica que, há 14 anos, quando entrou nesse mercado, começou com um material bastante limitado, que hoje custa em torno de R$ 80. "Tinha penas com um kit barman, com coqueteleira, macerador, faca, colher bailarina, pinça e dosador. Comecei com um de cada. Hoje, o meu espaço ocupa um galpão de 260m². Imaginar que tudo começou com um kit barman e muito esforço físico”, revela Adailton.
Os lucros podem variar bastante, dependendo das ofertas aos clientes. Cordovil aconselha: "Bebidas têm diferentes valores e qualidades, importadas ou nacionais, mas para quem quer começar eu aconselho iniciar pelas nossas tradicionais caipiroskas. Elas trazem um retorno de 30 a 40%, o que em outros drinks é bem menor", explica. Caipirinhas e caipiroskas são amplamente aceitas pelos paraenses, garantindo um bom começo para novos empreendedores no setor.”
Atualmente, para essa nova demanda, a empresa de Cordovil se divide em duas equipes para atender tanto os eventos na capital quanto os de verão no interior do estado. Os hábitos de consumo em Belém também têm mudado ao longo dos anos, observa o empresário. Segundo ele, antes, no mês de julho, a capital paraense se esvaziava e, assim, os eventos da cidade também: “Só que hoje a coisa mudou e muito. Não há um fim de semana que não tenha evento social em Belém (casamentos, formaturas e festas de aniversário)", ele explica.
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