Demanda por peças em crochê aumenta até 300% em Belém no fim do ano, dizem empreendedoras
Profissionais que produzem essas peças em Belém dizem que, para investir na área, o valor inicial não é alto e o retorno é positivo
As festas de fim de ano impulsionam o mercado de crochê em Belém, com um aumento na demanda que chega a 300% em relação aos meses anteriores, segundo empreendedoras do ramo na capital. Roupas em crochê se destacam como a principal escolha para o Ano Novo, especialmente modelos com lantejoulas, franjas e brilhos, seguindo as tendências da moda. A procura, que reflete tanto o interesse por tendências quanto a valorização do trabalho manual, desafia a produção e traz perspectivas otimistas para o setor.
Alana Estanislau, de 29 anos, é dona de um ateliê de crochê há três anos e relata que a procura em dezembro é tão alta que ela precisou encerrar as encomendas do mês logo no início de novembro. Segundo Alana, a demanda nessa época do ano cresce mais de 300% em comparação aos meses anteriores, uma tendência impulsionada pela moda e pelas festas de Ano Novo. "O mercado de crochê em Belém tem crescido, mas a demanda ainda é maior do que a oferta. O trabalho manual exige muito tempo e dedicação, e muitas pessoas ainda não enxergam o potencial financeiro desse segmento", afirma.
Para Rita Fonseca, de 19 anos, que entrou no mercado em 2024, também percebe um aumento significativo na procura, embora em menor escala. Ela aponta um crescimento de 100% na demanda a partir de novembro. "O crochê está ganhando cada vez mais espaço no mundo da moda, e muitas clientes que atendo nunca tinham conhecido uma artesã que trabalhasse nessa área", diz Rita, que enxerga um futuro promissor para o setor.
Tendências
As peças de crochê mais procuradas no final do ano são roupas, especialmente para o Ano Novo. Alana revela as preferências das clientes para a chegada de 2025. “Pedem principalmente peças longas, com franjas, bordados em lantejoula e miçangas. Essas foram as mais procuradas”, disse a artesã. Rita confirma a popularidade de lantejoulas e brilhos, além de cores neutras como branco, cinza e off-white. "Essas são as tendências para as festas de fim de ano. Tenho certeza de de que 2025 será o ano das peças de crochê", aposta.
Com o aumento da demanda, adaptações na produção são inevitáveis. Alana conta que precisa contratar até três auxiliares para dar conta dos pedidos no final do ano. "Nessa época eu preciso de ajuda para produção, geralmente de uma a três pessoas para conseguir dar conta da demanda. Rita confirma a necessidade de ajuda extra nessa temporada: "Neste mês precisei muito de reforço, que me ajudaram a ir até os meus fornecedores, em algumas produções e até mesmo dúvidas sobre como iniciar uma produção específica".
Início
Para quem deseja ingressar nesse mercado, ambas as artesãs destacam a importância do aprendizado. "O essencial é gostar de crochê, estudar e ter paciência para respeitar o processo", explica Alana, que aprendeu a técnica com a mãe durante a pandemia. Ela recomenda um investimento inicial de pelo menos R$ 2 mil para materiais e cursos, mas ressalta que é possível começar com menos. "Comecei com um limite de R$ 200 no cartão de crédito da minha mãe e um sonho. Com muita divulgação e dedicação, comecei a lucrar após seis meses", conta.
Rita concorda que o início não exige um grande capital. "Com o pouco que tiver, já é possível começar. O importante é aperfeiçoar o produto ao longo do tempo e fazer uma boa divulgação, que pode ser feita gratuitamente pela internet", afirma.
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