Cafeterias em alta em Belém: Tendências e oportunidades de um mercado em expansão

Como a capital paraense se tornou um polo promissor para o segmento de cafeterias, com consumidores ávidos por experiências culturais e sensoriais únicas.

Gabi Gutierrez

Nos últimos anos, Belém tem assistido a um aumento expressivo na procura por cafeterias, impulsionado por mudanças nos hábitos de consumo e pela valorização de experiências gastronômicas. O mercado, que antes girava em torno do tradicional café preto ou com leite, agora está repleto de tendências que transformam o ato de tomar café em um evento social e cultural. O cenário é promissor para quem já atua no setor ou para quem deseja empreender.

Quem trabalha nas cafeterias da capital paraense têm presenciado um movimento crescente de clientes. “A gente percebe que as pessoas estão frequentando muito mais esses espaços. Antes, o café era só uma bebida rápida, e hoje virou uma experiência. A valorização dos produtos locais, como os cafés amazônicos, também tem ajudado a aumentar o interesse”, destaca Lorena Furtado, sócia de uma cafeteria no centro de Belém.

Essa mudança não é apenas um reflexo do gosto pelo café em si, mas também do desejo por locais de lazer e socialização. Melissa Casimiro, que também administra uma cafeteria no centro da cidade, aponta para o papel cultural e emocional que o café desempenha. “O café não é apenas uma bebida, mas uma experiência que conecta pessoas, histórias e culturas. Isso cria uma relação emocional com o consumidor.”

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image Para quem deseja investir no setor, a palavra-chave é planejamento. Compreender o mercado e o perfil do consumidor local também são essenciais. (Foto: Ivan Duarte | O Liberal)

Tendências

O mercado de cafeterias em Belém está longe de ser apenas uma cópia de tendências globais. O diferencial regional tem ganhado cada vez mais espaço, como explica Lorena: “Os cafés especiais, de origem controlada, e receitas com ingredientes locais, como castanha-do-Pará e cumaru, estão em alta. Além disso, os espaços instagramáveis são um grande atrativo. O ambiente precisa ser bonito e oferecer uma experiência completa.”

Melissa reforça a importância de métodos de preparo diferenciados, como o coado, prensa francesa e aeropress, que estão conquistando os consumidores locais. “As pessoas estão buscando cafés preparados de forma artesanal e cardápios que incluem combinações únicas, como harmonizações entre café e doces regionais.”

Outro ponto que chama a atenção é a personalização da experiência. Cardápios adaptados e ambientes temáticos fazem parte da estratégia para fidelizar os clientes. As cafeterias que integram cultura, design e boa gastronomia estão liderando esse mercado.

Desafios

Apesar do crescimento, entrar no mercado de cafeterias em Belém não é tarefa simples. A concorrência já estabelecida exige diferenciação. “O primeiro desafio é se destacar. Não adianta ser só mais uma cafeteria. É importante pensar em um conceito forte e entender o público que você quer atingir”, aconselha Lorena.

Melissa, por sua vez, enfatiza a importância da localização e do controle de qualidade: “Escolher um local estratégico, com boa visibilidade e fluxo de pessoas, é fundamental. Além disso, a qualidade dos grãos, do atendimento e de todo o serviço precisa ser impecável.”

Outro aspecto crucial é a inovação. Para se destacar, é necessário investir em criatividade, seja na apresentação dos produtos, no design do espaço ou na oferta de experiências únicas. Quem não se adapta rapidamente ao perfil do consumidor perde espaço para os concorrentes.

Oportunidades

A valorização dos cafés amazônicos é um ponto de destaque. Blends como o Sabidus, de Bragança, e o apuí, do Amazonas, têm conquistado os paladares mais exigentes. “Trabalhar com produtos locais e criar uma identidade que tenha a ver com a nossa região faz muita diferença. Isso conecta os consumidores à cultura local e fortalece o mercado”, explica Lorena.

Melissa aposta também na versatilidade do público paraense, que gosta do tradicional, mas está aberto a experimentar. “Misturas com sabores regionais e texturas diferentes têm ganhado espaço. Isso amplia o leque de oportunidades para quem deseja inovar.”

Dicas para empreendedores

Para quem deseja investir no setor, a palavra-chave é planejamento. Compreender o mercado e o perfil do consumidor local é essencial para criar uma proposta de valor relevante. Além disso, oferecer um ambiente acolhedor e diferenciado pode ser a chave do sucesso.

“É importante ter um conceito claro, investir em produtos de qualidade e, acima de tudo, proporcionar uma experiência única para o cliente. O bom atendimento é o que fará as pessoas voltarem”, resume Lorena.

Melissa reforça que, além do planejamento financeiro e estratégico, é necessário ser apaixonado pelo que faz: “Quando você ama o que faz, essa paixão transparece no negócio. O café é uma forma de conectar pessoas, e quem entra nesse mercado precisa entender e valorizar isso.”

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