Alta no preço do gás de cozinha é acompanhada com cautela por donos de restaurantes

Variações no preço têm motivado comportamento as vezes diferenciado na relação do empresariado com os consumidores

Sérgio Chêne

Os efeitos da elevação no preço do gás de cozinha, que teve um reajuste de 16,1% no último dia 11, aplicado pela Petrobrás, estão impactando orçamento diário de muitas famílias, mas também os negócios do ramo alimentício. Na área metropolitana, o preço do botijão que saia em média ao preço de R$ 100, já foi incrementado. Na Cremação, o produto de 13 kg que até semana passada custava R$ 110, nesta segunda-feira (14) saltou para R$ 135 com o serviço de entrega.  No Jurunas e Pedreira, no último sábado (12) era encontrado, respectivamente, ao preço de R$ 120 e R$ 125. Essas variações no preço têm motivado comportamento as vezes diferenciado na relação do empresariado com os consumidores. 

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Quem já está fazendo as contas e avaliando o possível impacto nos custos é Priscila Cordeiro, empresária que trabalha com culinária saudável. “Minha empresa precisa utilizar o forno, fogão e outros equipamentos por pelo menos 12 horas ao dia. Esse fato impacta diretamente no aumento dos custos do meu negócio”, disse sobre as consequências do reajuste. A empresária utiliza dois cilindros e um reserva ao mês. O valor fixo de um cilindro é de R$ 398,00.

Na relação do serviço com os clientes, Priscila tem uma condução própria. “Eu tento fazer com que o meu consumidor não sofra com os reajustes, e essa é uma tarefa difícil para nós empreendedores, que ficamos com medo de perder a qualidade do produto. No momento, eu prefiro aguardar para saber como se comporta essa contração do mercado do gás e combustível, para depois pensarmos sermos o mais justo com os clientes”, opina. “Temo que nos próximos dias se caso o cenário do combustível não mudar haverá impacto também em nossas entregas”, finalizou.

A postura demonstrada por Priscila é a orientação que Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Pará (SHBRS) tem repassado aos seus associados e aos empresários que buscam orientação. “Tanto o aumento dos combustíveis quanto o gás de cozinha impactam na categoria, porque incrementam preços de insumos, desde bebidas até de comidas. O que a gente sugere sempre nessas oportunidades, é que não se repasse a integralidade do valor do cardápio, a gente pede que os associados tentem gerenciar o lucro”, afirmou o assessor jurídico da entidade, Fernando Soares.

Aos finais de semana à frente de uma cozinha em uma sede campestre no bairro do 40 Horas, em Ananindeua, Luciana Miranda, 40, costuma assumir, inicialmente, os custos do reajuste desse derivado do petróleo. “Avalio bastante antes de tomar a atitude de incrementar os preços do cardápio, só repasso quando não consigo administrar”, revela a empresária. “O aumento é reflexo dos últimos acontecimentos, altas nos nossos insumos, matérias primas, consequentemente nos custos nos produtos da loja, nosso lucro depende dessa política de preço. Conversando com sindicato este aumento vai variar de 15% a 20%, infelizmente”, disse o empresário Klerson Pereira.

Com 30 anos de mercado, Carmelo Procópio Júnior acredita na cautela no momento de decidir pelo repasse do custo para o valor dos pratos e serviço oferecido. “Isto é muito delicado, pois temos que ter o cuidado de não ter prejuízos, mas também não espantar nossos clientes. É uma gestão de custos em todas camadas, para poder equilibrar o produto final”, ensina. “O reflexo é progressivo, pois além de nos impactar diretamente, também onera os insumos, temos que ter o cuidado de classificar às adaptações e mudanças, sem perder a qualidade, um jogo de cintura intenso neste cenário atual”, ressaltou ele, que gasta, em média, 300 kg de gás por cada um dos três estabelecimentos que gerencia.

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