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PSDB, PDT, Cidadania e PSOL são varridos de capitais; PL ganha força e PT ressurge

A maior 'decadência' nas eleições de 2024 em comparação às de 2020 é do PSDB, que tinha quatro e agora não tem mais nenhuma capital

Caio Spechoto / Estadão Conteúdo

O número de partidos com prefeitos eleitos em capitais baixou de 12, nas eleições municipais de 2020, para oito nas atuais. A redução se deve aos fracassos de PSDB, PDT, Cidadania e PSOL. A queda não foi maior porque PL e PT, que não haviam conseguido vitórias em capitais na última disputa, tiveram eleitos para prefeituras nessas cidades.

A maior decadência é do PSDB. O partido, que protagonizou a política brasileira junto com o PT nos anos 1990, 2000 e começo dos 2010, havia conseguido eleger quatro prefeitos nas capitais nas últimas eleições. Era a segunda legenda com mais prefeitos nessas cidades, só atrás do MDB.

O partido seguinte no ranking da queda é o PDT. A sigla obteve as prefeituras de Aracaju (SE) e Fortaleza (CE) nas últimas eleições municipais, em 2020. Agora, não tem nenhuma. Cidadania e PSOL haviam conseguido uma prefeitura de capital cada um, e agora foram para zero.

Maioria das mulheres eleitas prefeitas em 2024 é de direita ou centro
A maioria das escolhidas entre os dois turnos representa partidos de direita ou centro-direita, com 348 nomes mais votados no primeiro turno, 47,9% no total.

PSD e MDB foram os partidos que mais elegeram prefeitos nas eleições 2024; confira os números
Já o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi a sigla que mais conquistou prefeituras entre os 103 municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores

O maior crescimento foi do PL. O partido não havia conseguido eleger nenhum prefeito em capital em 2020. Mas no ano seguinte o então presidente Jair Bolsonaro se filiou à legenda e aumentou seu apelo eleitoral. Neste ano, a sigla ganhou em Maceió (AL), Rio Branco (AC), Aracaju (SE) e Cuiabá (MT).

O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, experimentou uma espécie de fundo do poço em 2020. Naquele ano, a sigla ficou sem nenhum prefeito de capital pela primeira vez desde a redemocratização. A vitória obtida pelo partido nesta edição da disputa, em Fortaleza, é simbólica: a cidade cearense foi a primeira capital que a legenda governou, ainda nos anos 1980.

O Estadão/Broadcast fez o levantamento com base nos dados de apuração das eleições divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Veja quantas prefeituras de capitais cada partido obteve neste ano:

- MDB - 5 (Belém, Boa Vista, Macapá, Porto Alegre e São Paulo);

- PSD - 5 (Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro e São Luís);

- PL - 4 (Aracaju, Cuiabá, Maceió e Rio Branco);

- União Brasil - 4 (Goiânia, Natal, Salvador e Teresina);

- Podemos - 2 (Palmas e Porto Velho);

- PP - 2 (Campo Grande e João Pessoa);

- Avante - 1 (Manaus);

- PSB - 1 (Recife);

- PT - 1 (Fortaleza);

- Republicanos - 1 (Vitória).

A seguir, o ranking de vitórias dos partidos nas capitais nas eleições de 2020. A reportagem contou como parte do União Brasil os eleitos pelo DEM naquele ano, já que o partido surgiu da fusão do próprio DEM com o PSL.

- MDB - 5 (Goiânia, Cuiabá, Teresina, Boa Vista e Porto Alegre);

- PSDB - 4 (Natal, Porto Velho, São Paulo e Palmas);

- União Brasil - 4 (Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro e Florianópolis);

- PDT - 2 (Fortaleza e Aracaju);

- PP - 2 (Rio Branco e João Pessoa);

- PSB - 2 (Maceió e Recife);

- PSD - 2 (Belo Horizonte e Campo Grande);

- Avante - 1 (Manaus);

- Cidadania - 1 (Macapá);

- Podemos - 1 (São Luís);

- PSOL - 1 (Belém);

- Republicanos - 1 (Vitória).

Leia a lista completa de prefeitos eleitos nas capitais:

- Aracaju (SE) - Emília Corrêa (PL), no segundo turno;

- Belém (PA) - Igor Normando (MDB), no segundo turno;

- Belo Horizonte (MG) - Fuad Noman (PSD), no segundo turno;

- Boa Vista (RR) - Arthur Henrique (MDB), no primeiro turno;

- Campo Grande (MS) - Adriane Lopes (PP), no segundo turno;

- Cuiabá (MT) - Abílio Brunini (PL), no segundo turno;

- Curitiba (PR) - Eduardo Pimentel (PSD), no segundo turno;

- Florianópolis (SC) - Topázio Neto (PSD), no primeiro turno;

- Fortaleza (CE) - Evandro Leitão (PT), no segundo turno;

- Goiânia (GO) - Sandro Mabel (União Brasil), no segundo turno;

- João Pessoa (PB) - Cícero Lucena (PP), no segundo turno;

- Macapá (AP) - Dr. Furlan (MDB), no primeiro turno;

- Maceió (AL) - João Henrique Caldas (PL), no primeiro turno;

- Manaus (AM) - David Almeida (Avante), no segundo turno;

- Natal (RN) - Paulinho Freire (União Brasil), no segundo turno;

- Palmas (TO) - Eduardo Siqueira Campos (Podemos), no segundo turno;

- Porto Alegre (RS) - Sebastião Melo (MDB), no segundo turno;

- Porto Velho (RO) - Léo Moraes (Podemos), no segundo turno;

- Recife (PE) - João Campos (PSB), no primeiro turno;

- Rio Branco (AC) - Tião Bocalom (PL), no primeiro turno;

- Rio de Janeiro (RJ) - Eduardo Paes (PSD), no primeiro turno;

- Salvador (BA) - Bruno Reis (União Brasil), no primeiro turno;

- São Luís (MA) - Eduardo Braide (PSD), no primeiro turno;

- São Paulo (SP) - Ricardo Nunes (MDB), no segundo turno;

- Teresina (PI) - Silvio Mendes (União Brasil), no primeiro turno;

- Vitória (ES) - Lorenzo Pazolini (Republicanos), no primeiro turno.

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