Workshop reúne empresas e órgãos durante debate sobre o futuro sustentável da mineração no Pará
Especialistas e lideranças discutiram temas ligados às práticas ambientais e aos desafios em aumentar a sustentabilidade no setor.
Na manhã desta sexta-feira, 14, especialistas, empresários, representantes do governo e da sociedade civil se reuniram no Salão de Eventos da Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), em Belém, para o workshop "Mineração no Pará: tendências e caminhos para sustentabilidade". O evento, realizado no Dia Estadual da Mineração no Pará, teve como foco debater ações e estratégias para um desenvolvimento mais sustentável no setor mineral, fundamental para a economia do Estado.
Com o Pará ocupando a 6ª posição no ranking nacional de exportações em 2024, sendo que 84% desse valor vem da mineração, o encontro reuniu representantes de grandes empresas do setor, como Vale, Alcoa e outras. Os participantes discutiram iniciativas que estão sendo tomadas para reduzir impactos ambientais, aumentar a transparência nas operações e incentivar práticas responsáveis.
O workshop é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), o Centro das Indústrias do Pará (CIP), o Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral) e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram-PA).
Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia do Pará, Paulo Rubens, o evento é uma oportunidade para reafirmar a preocupação do Estado com a sustentabilidade da atividade mineral.
"Nós, no Estado do Pará, como o maior produtor de minério do Brasil, estamos demonstrando a importância da mineração para toda a sociedade e a preocupação de que essa atividade seja feita de forma sustentável. O Dia Estadual da Mineração vem justamente para trazer essa consciência e mostrar o compromisso do governo com o meio ambiente. Todas as empresas e entidades envolvidas no setor foram convidadas, e este workshop marca o início de grandes projetos que reforçam essa pauta", destacou.
Ele também ressaltou que a sustentabilidade não é um tema recente no Estado e que a realização da COP em Belém se deve ao protagonismo do Pará nessa área.
"A mudança climática e a proteção ambiental já são pautas do Pará há bastante tempo. A COP está acontecendo aqui justamente porque o governo do Estado tem promovido essas ações de forma consistente. Não é um movimento que começou agora, e sim um compromisso que vem sendo fortalecido ao longo dos anos."
Sustentabilidade como prioridade
Para Alex Carvalho, presidente da Fiepa e da Jornada COP+, o evento reforça a necessidade de um planejamento sustentável a longo prazo.
"A sustentabilidade é uma convergência de propósitos e ações que trazem a consciência da conservação ambiental, mas também a responsabilidade de gerar empregos e benefícios econômicos. O setor mineral tem sido um exemplo de boas práticas dentro do Estado do Pará. A iniciativa da SEDEME de trazer esse debate para o Dia Estadual da Mineração é muito assertiva, pois nos permite reforçar que qualquer atividade econômica precisa ter um olhar a longo prazo e ser verdadeiramente sustentável", afirmou.
Ele também destacou a importância de o Pará ser reconhecido como referência nacional e mundial em boas práticas.
"Nós celebramos essa data reconhecendo a mineração como um ativo fundamental para o estado e buscando sempre aprimorar as práticas do setor. Fazer com que essa mensagem ecoe para o mundo é essencial para o bem do Pará, do Brasil e do planeta."
Compromisso empresarial
As mineradoras presentes também apresentaram iniciativas voltadas à sustentabilidade. Ana Carolina Alves, diretora de relações institucionais Norte e Nordeste da Vale, ressaltou que a mineração e a preservação ambiental não são opostas, mas sim complementares.
"Estamos aqui para debater como a mineração pode ser sustentável e para mostrar que nossas ações vão além da mitigação dos impactos da atividade. Um exemplo é que a Vale ocupa apenas 3% da Floresta Nacional do Mosaico de Carajás, mas protege toda a área ao redor. Temos uma meta de proteger 500 mil hectares de floresta, investindo em recuperação ambiental e no desenvolvimento econômico das comunidades locais por meio de sistemas agroflorestais."
Alves também reforçou a importância do diálogo transparente com os povos tradicionais. "Buscamos sempre um engajamento aberto com essas comunidades, respeitando seus conhecimentos e compatibilizando a atividade mineral com a cultura e as necessidades locais”
Visão do setor mineral
O gerente executivo do IBRAM Amazônia, Anderson Santos, enfatizou que o compromisso com a sustentabilidade é essencial para garantir que as futuras gerações não sejam prejudicadas.
"Falar de sustentabilidade na mineração é buscar formas de suprir as necessidades atuais sem comprometer as gerações futuras. Esse evento permite que as mineradoras apresentem seus cases e demonstrem que é possível conciliar desenvolvimento econômico e responsabilidade ambiental. Nosso presidente do IBRAM, Raul Júnior, sempre destaca que não podemos deixar um mundo pior do que aquele que recebemos. Portanto, eventos como este são fundamentais para aprimorar práticas e fortalecer esse compromisso."
Ele também destacou a troca de experiências proporcionada pelo workshop. "Não só compartilhamos informações, mas também aprendemos muito com essas interações. Esse diálogo é essencial para que o setor continue evoluindo e se tornando cada vez mais responsável."