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Você sabe o que é Cadastro Positivo? Conheça a lista de bons pagadores

Prática serve para determinar quem pode ter acesso a juros menores em empréstimos

Abílio Dantas

Em todo o país, os principais bancos e mais cerca de 100 instituições financeiras começaram a compartilhar, no início desta semana, os dados sobre o histórico de pagamento dos brasileiros economicamente ativos com empréstimos, financiamentos e parcelamentos. A prática faz parte do chamado Cadastro Positivo de inclusão automática, previsto na Lei Complementar 166/19, que serve para dar notas ao histórico de pagamentos dos consumidores. Em Belém, algumas pessoas acham o cadastro uma medida interessante e outras nem sabem que ele existe.

Até o dia 19 deste mês, os dados dos consumidores serão repassados ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC)/Serasa, que é uma das empresas que atuará como gestora das informações. Cerca de 110 milhões de brasileiros terão o seu “score”, a nota dada por suas práticas financeiras, acessível às instituições. Além do SPC/Serasa, foram autorizados a cuidar da gestão do cadastro o Boa Vista Serviços, Quod Gestora de Inteligência de Crédito e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O número pessoas inscritos deve aumentar após o dia 19, pois será quando empresas de telefonia, água, luz, gás e varejistas também vão compartilhar informações. Com isso, serão também incluídas Pessoas Físicas e Jurídicas sem conta em bancos.

O agente administrativo Manoel Magalhães conta que é usuário frequente de cartão de crédito, mas que procura sempre fazer o uso de forma consciente, com planejamento, para não ficar endividado. Ele, no entanto, afirma que nunca ouviu falar do Cadastro Positivo. “No momento atual, está difícil pra todo mundo guardar dinheiro, apesar do que a gente escuta os economistas falarem na televisão. Isso é tudo que tenho visto sobre economia na imprensa. Acho que as coisas que podem nos beneficiar deveriam ser mais divulgadas. Nunca tinha ouvido falar nesse cadastro, nem sabia como funcionava”, diz Magalhães.

Logo após comprar sapatos em um supermercado de Belém, o engenheiro civil Vinícius Amaral confessou que também não conhecia o Cadastro Positivo. “Mas procuro sempre estar atento aos conselhos sobre educação financeira. Costumo fazer meus pagamentos sempre à vista. Dificilmente compro de forma parcelada e, quando faço isso, tomo cuidado para não perder o controle e ficar enrolado. Acho que não tinha ouvido falar no cadastro porque não me atento muito para as notícias. Mas, como disse, procuro manter minhas contas em dia”, assegura.

Ao contrário de Mário e Vinícius, a professora Mônica Malcher conhece o cadastro e acredita que ele é importante para facilitar as compras de pessoas que são boas pagadoras. “Eu acho interessante porque beneficia quem honra com seus compromissos. Com a chegada do Natal, por exemplo, as pessoas podem se beneficiar na hora de tentar conseguir crédito. Mas no meu caso, neste ano, não me beneficiarei tanto porque não pretendo fazer muitas compras. A situação não está fácil”, afirma.

Avaliação

O contador Ian Blois Pinheiro explica quais são os quesitos avaliados para que as pessoas façam parte da lista de bons pagadores que é formada pelo Cadastro Positivo. “Ele (o cadastro) faz o registro dos pagamentos de mensalidades, financiamentos, crediários, serviços de água, luz, energia, por exemplo. A ideia é criar um banco de dados para ficar disponível para as instituições financeiras. Esse cadastro de bons pagadores serve para as transações comerciais, na parte de concessão de crédito, venda a prazo, e tem o objetivo de diminuir o risco do pagamento dos empréstimos e também, possivelmente, para diminuir os juros para os bons pagadores”, informa.

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