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Vício em jogos de apostas online já afeta funcionários de restaurantes em Belém

Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) assinou, na última semana, manifesto de defesa à regulamentação das propagandas e do acesso às plataformas de apostas online por causa de efeitos nocivos do novo fenômeno social do país.

Jéssica Nascimento
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“Os caras não querem nem saber de nada a ser desse vício maldito nas apostas”, reclama Nazareno Alves. Proprietário de um grupo de restaurantes em Belém, o empreendedor de 54 anos conta o impacto que os jogos e apostas esportivas online têm gerado no comportamento dos funcionários: “tão desinteressados em fazer curso, fazer treinamento, mas pra essa praga desse vício não tem limite”, afirma. 

Na última semana, a Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) propôs ações, como bloqueio de crédito e aumento de tributação, para reduzir os efeitos nocivos das chamadas “bets” - os jogos de apostas online. O documento foi assinado por Paulo Solmucci, presidente-executivo da associação, e outras instituições representantes dos setores de comércio e serviços. No manifesto, eles defendem a regulamentação das propagandas e do acesso aos jogos de apostas esportivas online

O empreendedor Nazareno Alves concorda com o posicionamento da Abrasel. Segundo ele, no tempo livre, os funcionários trocam o estudo e o desenvolvimento de habilidades profissionais pelos jogos online. “(Eles) não têm interesse em procurar um treinamento, um curso profissionalizante, e quando eles ganham ficam comentando ‘ganhei sete mil, ganhei doze mil, ganhei setecentos’. Eles ficam falando um pro outro e isso acaba trazendo vício pra outras pessoas”, detalha Alves.

O que explica o cenário?

Segundo Rafael Menezes, presidente da Abrasel no Pará, o impacto das apostas online no setor de bares e restaurantes em Belém reflete a tendência nacional, em que os trabalhadores, especialmente das classes C e D, estão mais vulneráveis aos efeitos do vício. “O fenômeno tem levado a uma queda na produtividade dos funcionários e a um aumento no absenteísmo, afetando diretamente a operação dos estabelecimentos”, destaca.

Rafael Menezes explica o problema que atinge setores do comércio e serviços provocado pelas “bets”: “É comum empresários locais relatarem que funcionários pedem adiantamentos frequentemente para cobrir dívidas, o que prejudica a gestão financeira e operacional dos negócios. Esse comportamento também contribui para um ambiente de trabalho mais instável.”

O que diz a Abrasel?

No manifesto, a associação entende que o crescimento exponencial e desenfreado das “bets” está atraindo recursos de diversos segmentos e faixa etárias, principalmente das classes C e D e de um público mais jovem. Além disso, devido ao vício, as apostas têm impactado no direcionamento dos recursos financeiros das famílias.

A Abrasel defende ações executadas de imediato, como o bloqueio de cartões de crédito para apostas e uma tributação maior na operação. Isso se justifica, segundo a associação, porque, no Brasil, a oferta de crédito é muito acima da capacidade de pagamento dos consumidores, o que cria endividamento. O uso do cartão de crédito para apostas pode agravar o ciclo nocivo, conforme o manifesto.

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