Veja quanto se economiza mandando para o conserto peças de roupas e calçados
Busca por pequenos consertos e reformas cresceu após a pandemia e trouxe alívio para costureiras, sapateiros e ateliês
Busca por pequenos consertos e reformas cresceu após a pandemia e trouxe alívio para costureiras, sapateiros e ateliês
Um furo no tênis quase novo, o sapato que descolou, aquela peça de roupa que já não cai tão bem ou que está guardada faz um tempo. Em um passado não muito distante, para muitas pessoas, qualquer uma dessas situações era motivo para ir à loja mais próxima e substituir o item por um novo. Tudo em razão do estímulo ao consumo vivenciado nos últimos anos, sobretudo com a expansão do crédito, decorrente de políticas econômicas aplicadas por governos para garantir liquidez ao mercado. Entretanto, para muitos consumidores, o cenário atual mudou bastante.
VEJA MAIS
Com o desaquecimento da economia, o aumento do desemprego e a alta da inflação, provocados principalmente por conta da pandemia da covid-19, os hábitos de consumo foram se ajustando. E como reflexo, recuperar peças antigas virou a primeira opção para muitas pessoas. A busca por pequenos consertos de roupas e sapatos cresceu bastante em Belém, segundo apontam os profissionais deste mercado, e trouxe alívio para costureiras, sapateiros e ateliês.
"Com a crise, as pessoas estão tendo uma consciência maior em relação a aproveitar o que se tem no guarda-roupa”, afirma a costureira Jeanne Furtado Ferreira, de 47 anos, proprietária de um ateliê e com 12 anos de atuação na profissão. “De dezembro para cá, vem tendo uma procura maior pelos serviços de conserto e reforma de roupas, com um aumento de cerca de 80% depois da (fase aguda da) pandemia”. Jeanne conta que embora os serviços mais procurados sejam ajuste de cós e barras de calças e, transformação das peças, ultimamente, como as pessoas estão cuidando mais do corpo, a procura para diminuir roupas também aumentou muito.
Jeanne diz que, em média, os serviços variam de R$ 25 a R$ 150, dependendo do tipo de ajuste ou reforma que se quer fazer na peça. Para ela, esse comportamento faz com que os clientes consigam uma economia considerável no orçamento. “Em média, o valor de uma reforma pode ser de R$ 25 chegando até R$ 150 dependendo do serviço. A economia para o cliente chega a variar entre R$ 50 a R$ 1.000, dependendo muito do valor da peça. Algumas não têm valor, porque eram de família”, explica.
A psicóloga Rozalia Waad, de 54 anos, já utiliza os serviços de reparos há vários anos e avalia que chega a economizar cerca de 60% quando se trata de compras de novas peças. “Nessa crise econômica, muitas pessoas passaram a usar mais esse tipo de serviço e eu me incluo nesse grupo. Já utilizo os reparos há uns 10 anos, chegando a economizar cerca de 60%, pois uma roupa nova sai bem mais cara do que uma reformada. Sai bem mais em conta trocar um zíper do que comprar uma calça nova”, compara.
Para a advogada Danielle Jurema, de 44 anos, dependendo do tipo de reforma, o valor pode ser bem inferior se comparado à compra de peças nova, principalmente se forem roupas de marcas mais caras. “Dependendo do que se quer fazer é uma boa economia, chegando a cerca de 50% do valor, principalmente se a peça de base tiver sido cara. Já transformei vestido em conjunto de saia e blusa e custou a metade do valor da peça matriz”.
Dono de um estabelecimento que reforma calçados no bairro da Sacramenta, Alexandre Silva, de 38 anos, conta que a retomada da atividade depois da pandemia tem sido bastante movimentada. O profissional atua no mercado de conserto de sapatos há mais de 15 anos e diz que a procura pelo serviço de “cola e costura” é o mais demandado, principalmente, nos calçados do tipo tênis.
“A crise fez que com que o preço dos calçados ficasse bem mais elevado e com isso os clientes estão preferindo consertar os que já têm. A procura de “cola e costura” de tênis, ultimamente, tem sido alta. O conserto de sapatos femininos custa em torno de R$ 30, já o masculino do tipo coturno ou sapato social custa, em média, R$ 40. Isso garante uma economia de cerca de 70% para o cliente em relação a compra de um calçado novo”, explica Alexandre.
(Luciana Carvalho, estagiária, sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política)