Veja como se tornar um jovem aprendiz no Pará
Indústria e comércio lideram a oferta de vagas de aprendizagem no estado
A aprendizagem profissional está em alta no Pará. Neste ano, a expectativa é que o programa Jovem Aprendiz contrate, no mínimo, 8914 estudantes. O Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) planeja atender 4.394 pessoas, enquanto que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) deve ofertar 4520 vagas, sendo cerca de 2400 apenas para este primeiro semestre.
O Jovem Aprendiz é regulado por uma política federal específica que visa atender o público entre 14 e 24 anos, matriculado a partir do 9º ano do ensino fundamental, na Educação de Jovens e Adultos (EJA) ou no ensino médio. De acordo com a legislação vigente, estabelecimentos de qualquer natureza devem contratar entre 5% e 15% de jovens aprendizes, de acordo com o tamanho de seu quadro funcional.
Além da exigência legal, muitas empresas veem a contratação de jovens como um investimento para contar com mais mão de obra qualificada. “O jovem que vem dos programas de capacitação tem acesso ao que tem de mais moderno naquela área. Quando a empresa absorve, ela está trazendo uma pessoa jovem e curiosa, que está cheia de conhecimento operacionalizado para trabalhar e que traz novas alternativas para as demandas que existem ali”, afirma Shirley Gouvêa, gerente-executiva de gestão de pessoas do Sistema Fiepa.
As vantagens do jovem aprendiz são cada vez mais percebidas pelo setor produtivo. Nas indústrias paraenses, a absorção dos participantes do programa pelas empresas é em torno de 82%. “É um contínuo, uma cadeia que só evolui porque eu desenvolvo os alunos, ele vai para a indústria, onde ele é treinado e absorve toda a cultura daquela empresa. Isso ocorre com muita naturalidade e é vantajoso você ter pessoas qualificadas desde o início”, ressalta Shirley Gouvêa.
Veja como se dá a contratação
A oferta de vagas e a contratação de jovens e adolescentes se dá pelas próprias empresas que mantêm parcerias com os serviços de aprendizagem. No caso das indústrias, as maiores demandas atuais são para a mineração, os serviços de distribuição elétrica, o setor logístico e edificações. Já o Senai, por exemplo, fica responsável pela oferta de cursos de formação profissional aos participantes, tendo como referência a realidade da economia local.
Quem participa do programa conta com todos os direitos trabalhistas e previdenciários previstos em lei, como assinatura da carteira de trabalho; 13º salário; contribuição para o FGTS; férias, preferencialmente coincidindo com o recesso escolar; e vale-transporte. O tempo máximo de permanência é de dois anos e a jornada de trabalho varia entre 4h, 6h ou 8h, a depender do nível de escolaridade.
Grupo Liberal tem parceria
O Grupo Liberal mantém parceria com o Senac desde 2004 para oferta de vagas de aprendizagem, tendo como foco o atendimento de jovens de baixa renda. Renata Helena Souza, coordenadora de gestão de pessoas, considera que a iniciativa traz grandes contribuições para que os participantes entendam a realidade profissional e do mercado de trabalho.
“É muito visível essa diferença do início até o final da formação. Como é o primeiro emprego, eles entram com o pensamento de que não sabem como fazer. Mas à medida que eles adquirem todas os conhecimentos teóricos e aliando isso com a prática que eles recebem aqui, em seis meses a gente já consegue identificar um olhar diferente em relação à postura, ao modo de falar, a responsabilidade e a dedicação”, analisa.
Atualmente, o jornal conta com 16 aprendizes, que atuam especialmente no setor administrativo, nas áreas de contabilidade, recursos humanos, departamento pessoal, faturamento e comercial. Para muitos, o jovem aprendiz é apenas o primeiro passo de uma carreira com muitas oportunidades de crescimento. “Em 34 turmas do programa, já tivemos mais de 70 aprendizes que foram contratados, seja na área administrativa ou no nível superior. Hoje temos supervisores, gestores e coordenadores que vieram do Jovem Aprendiz. São muitas histórias de sucesso”, ressalta Renata Souza.
Esse é o caso de Maria Eduarda Santos, 18 anos, contratada há cerca de um ano pelo setor de faturamento após passar pelo programa. “Eu entrei em 2020 e em junho de 2021 eu me formei. Dois dias depois, fui contratada. Eu já tinha feito outros cursos técnicos, mas não tinha experiência com trabalho. Aqui eu aprendi coisas que vão além da parte teórica, mas eu acredito que meu grande diferencial foi a proatividade”, diz a jovem que acabou de concluir o ensino médio e almeja o crescimento profissional. “O jornal traz um peso grande para o meu curriculo. Tenho certeza que vai trazer muitos benefícios pro meu desenvolvimento próprio”, conclui.
Como se tornar um Jovem Aprendiz
Os requisitos para participar do programa são: ter entre 14 e 24 anos e estar regularmente matriculado no ensino fundamental, ensino médio ou EJA
A seleção ocorre por meio das empresas do comércio ou indústrias. Por isso, fique atento aos anúncio de vagas para o Jovem Aprendiz em jornais, sites e outros serviços direcionados à empregabilidade.
Após a contratação, o jovem é encaminhado para os serviços de aprendizagem, como o Senac e o Senai, e deve cursar as formações designadas pela empresa.
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