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Valor do aluguel residencial pode ser reajustado em 13%

Mesmo com a taxa em alta, em tempos de pandemia, orientação do Creci-PA é negociar

Roberta Paraense

O Índice Geral de Preços Mercado (IGPM) segue em alta no Brasil. O valor do aluguel residencial de contratos em andamento, com aniversário em setembro e correção pela taxa, medido pela Fundação Getúlio Vargas, poderá ser reajustado em 13,02%. Com alta de 2,74% no mês de agosto, fecha-se o comportamento dos preços no período de 12 meses compreendido entre setembro de 2019 e agosto de 2020. O IGPM é eleito como um dos principais indicadores para reajustes contratuais por ser divulgado ainda dentro do mês de referência.

De acordo com a FGV, o IPA-M, índice que representa 60% do cálculo do IGPM, subiu 3,74% em agosto, contra alta de 3,00% no mês anterior. O IPC-M avançou 0,48% na nova medição, após variar 0,49% em julho. Enquanto o INCC-M aumentou 0,82% na nova aferição, contra 0,84% do mês passado.

A instituição afirma ainda que o Índice de Preços ao Produtor respondeu pela aceleração do IGPM. Entre as matérias-primas brutas, o minério de ferro subiu 10,82% e respondeu por quase 30% do resultado do IPA. Entre os bens intermediários, a principal influência foi dos materiais para a manufatura, cuja taxa passou de 0,84% para 2,66%. Já entre os bens finais, vale destacar a aceleração da taxa dos alimentos in natura, que passou de -14,63% para -4,28%.

Importância

O índice é o balizador usado na hora de fechar os acordos de aluguel, no entanto, em tempos de recessão econômica, o presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis- Pará (Creci-PA), Jaci Colares, garante ser importante que o proprietário analise o perfil financeiro do inquilino, antes de partir para o reajuste. “Muitos aluguéis tiveram de ser negociados por conta da pandemia. Se existe um bom pagador, alguém que é sério e cumpre o dever, é melhor manter o preço, para não perder o inquilino”, recomendou.

Colares também ressalta que o reajuste é feito igualmente para todo o País. “Ele varia todos os meses, de acordo com a economia. E é renovado por ano, no contrato. Em 2020, tudo passou a ficar mais caro devido as pessoas perderem a renda ou fecharem os seus estabelecimentos. O caminho para não perder o inquilino, que é a nossa orientação, é negociar”, enfatizou o presidente do Creci-PA.

Mercado

Com o mercado desaquecido desde março, no início do segundo semestre, quem dispõe de um imóvel para alugar em Belém já respira mais aliviado. É que com a retomada das atividades econômicas, as pessoas voltaram a procurar aluguéis, sobretudo, os de pontos comerciais. “Até junho, estávamos com quase tudo parado. Tínhamos cerca de 10 pontos desalugados. Hoje, temos apenas quatro”, disse a corretora de imóveis Thatiana Oliveira.

Na imobiliária da qual Thatiana é sócia, o que tem se visto é que junto à procura, há também a barganha. “Quando alguém gosta de um ponto, nunca leva pelo valor oferecido. Estamos bem abertos a negociação. A procura tem sido maior de pessoas que fecharam seus negócios durante a pandemia, e pretendem abrir em outro local. Um recomeço”, observou.

O IGPM é calculado mensalmente e divulgado pela FGV no final de cada mês referência. O índice é o principal indexador de tarifas de serviços. Entre eles estão: internet, energia elétrica, TV por assinatura e a correção anual dos contratos de aluguéis residenciais.

Economia