Uniformes escolares terão aumento de 8% a 20% no preço em 2025, segundo malharias de Belém
Para alguns vendedores, preço vai variar de acordo com inflação; para outros, cotação do dólar tem impacto principal.
O preço dos uniformes escolares de Belém vai aumentar de 8% a 20% para o ano letivo de 2025. É o que afirmam donas de malharias da capital com os quais o Grupo Liberal conversou na manhã desta terça (26/11). Um dos motivos para o aumento seria a inflação. Outro seria a variação do dólar. Há também malharias que afirmaram que vão permanecer com o preço para clientes antigos.
É o caso de Dorotéa Belém, administradora e sócia de uma malharia no bairro da Marambaia. Ela disse que vai evitar o aumento dos preços dos uniformes, uma vez que há clientes fixos que todo ano a procura para renovar o estoque. Segundo ela, já existem escolas entrando em contato para saber o tempo de confecção e os valores dos uniformes para o próximo ano.
“A malharia oferece um preço de atacado para que as escolas tenham condições de comprar em montante, já que varia muito de modelos e tamanhos. A quantidade tende a ser um pouco alta para poder atender a todos os alunos, e como é um capital que será recuperado aos poucos conforme as vendas, a malharia faz um preço bem acessível”, explica Dorotéa.
De acordo com ela, o valor final dos uniformes vendidos para as escolas depende da instituição de ensino, mas pode ser de 30% a 100% em cima do valor unitário da malharia. O conjunto dos uniformes mais simples aos uniformes mais trabalhados vai de R$ 40 a R$ 60. Eles incluem camisa com short ou short-saia. Calças e agasalhos são optativos e, por isso, o valor pode ser maior. Dorotéa Belém tem escolas clientes de Ensino Infantil e Fundamental.
Aumento de 8% a 20% nos uniformes escolares
A procura por uniformes escolares costuma crescer em dezembro e janeiro na malharia de Ana Paula Vieira. Proprietária e gerente de produção do negócio, ela afirma que os produtos vão ter aumento no preço acompanhando a média da inflação no Brasil - de 8% a 10% -, mas que isso depende do cenário de cada escola.
Segundo ela, para as escolas públicas, o preço médio dos informes será de R$ 42 e para as particulares, R$ 53. Ana Paula Vieira revela que o aumento nos preços começam a partir de 1º de janeiro de 2025. “Ou seja, quem se antecipar, e comprar até 31/12/2024, compra com o valor de 2024 e a nossa malharia ainda vai começar uma campanha de descontos, para minimizar o grande volume que recebemos em janeiro”, conta a proprietária.
A gerente de produção da malharia, localizada no bairro do Jurunas, conta que em dezembro vai oferecer descontos de 5% a 10% para quem encomendar os informes de forma antecipada. “Somando com o valor do reajuste de 2025, o desconto para quem antecipar as compras poderá chegar na casa de 20% do valor do uniforme”, disse.
Dólar como fator para aumento
Regiane Gonçalves, proprietária de uma malharia no bairro do Condor em Belém, disse que o aumento nos preços dos uniformes se deve, principalmente, ao dólar. “O componente principal dos uniformes é justamente a malha, que apesar de ser fabricada no Brasil, os insumos para fabricação da malha são importados, e com o recente aumento no dólar, o custo final é diretamente impactado”, explicou.
Além da moeda norte-americana, há o aumento do custo do combustível e da energia elétrica e também da própria mão-de-obra de costureiras, cortadores e auxiliares. “Prevemos um reajuste médio na faixa de 20%”, afirmou a proprietária.
Segundo Regiane, o valor dos uniformes para 2025 vai variar conforme a complexidade do modelo, os materiais empregados na produção e a complexidade de estampas e bordados. “Temos uniformes de 35 a 150 reais, variando de camisetas de uso diário, shorts, calças e até agasalhos”, disse.
Sobre a procura por encomenda dos uniformes, ela conta que a maioria deixa para comprar bem próximo ao início das aulas. “Algumas escolas também demoram a decidir sobre eventuais mudanças nos uniformes, isso faz com que muitas famílias decidam aguardar também”, afirmou.
Ela aconselha comprar os uniformes com antecedência. “Principalmente se o uniforme permanecer o mesmo modelo, pois ao comprar com antecedência, evita-se pegar o reajuste, evita ficar sem uniformes. Muitas vezes os pais precisam esperar os uniformes serem produzidos e a depender do cenário, os alunos podem até começar as aulas sem uniformes”, revela.
Regiane Gonçalves disse que, para as escolas parceiras da malharia, ela oferece um site onde os pais podem efetuar a compra sem precisar se dirigir até a loja. “Isso ajuda bastante, evitando trânsito, filas”, contou.