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Teto de juros do crédito consignado sobe 1,8% para beneficiários do INSS; paraenses terão impacto

A decisão do CNPS pode ampliar o acesso ao crédito, mas preocupa pelo risco de superendividamento no Pará.

Jéssica Nascimento

aumento do teto de juros do crédito consignado para beneficiários do INSS, que passa de 1,66% para 1,80% ao mês, aprovado pelo Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) na última quinta-feira (9/12), deve ter impacto significativo no Pará. É o que aponta o economista André Cutrim, que integra o Conselho Regional de Economia do Pará e Amapá (Corecon-PA/AP).

Para Cutrim, em linhas gerais, considerando as particularidades socioeconômicas do Pará, haverá implicações relevantes para os beneficiários do estado. 

“Por um lado, o aumento no teto dos juros pode resultar em um custo maior para os empréstimos consignados, tornando o crédito mais caro, o que pode impactar negativamente os beneficiários que dependem dessa modalidade de financiamento para complementar sua renda ou enfrentar emergências financeiras”, explica o economista. 

Segundo Cutrim, no Pará, onde a renda média é inferior a de outras regiões do país e grande parte da população enfrenta desafios relacionados à informalidade e à insegurança financeira, o peso das parcelas consignadas com juros mais altos pode comprometer ainda mais o orçamento das famílias, aumentando o risco de (superendividamento.

“Por outro lado, a medida também pode ser vista como uma forma de ampliar a oferta de crédito, já que o aumento no teto dos juros pode atrair mais instituições financeiras para ofertar empréstimos consignados”, avalia.

De acordo com o economista, em um estado onde o acesso ao crédito tradicional é frequentemente limitado, especialmente em áreas mais distantes da capital, essa ampliação pode ser positiva para alguns beneficiários que, de outra forma, não conseguiriam acessar linhas de crédito. 

“No entanto, essa ampliação precisa ser acompanhada de medidas de conscientização e educação financeira, para que os beneficiários compreendam os custos efetivos do crédito e possam tomar decisões informadas”, pondera. 

Conforme André Cutrim, portanto, a decisão do CNPS deve ser avaliada com cuidado, considerando tanto os potenciais benefícios de maior oferta de crédito quanto os riscos associados ao aumento do endividamento de uma população já vulnerável. 

“Além disso, políticas públicas complementares, como programas de educação financeira, podem mitigar os impactos negativos e ajudar a proteger os beneficiários paraenses das consequências adversas dessa mudança”, conclui. 

 

Economia