Suplementos ficam até 100% mais caros em Belém, mas consumidores não deixam de comprar
Mesmo com o preço mais alto, lojas relatam maior procura depois da pandemia
O mercado de suplementos alimentares tem crescido nos últimos anos e, apesar da pandemia, as vendas se mantêm em alta, como aponta um levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad). Segundo a entidade, no primeiro trimestre deste ano, houve uma alta de 20% na venda dos concentrados de proteínas, muito usados por praticantes de musculação para ganho de massa muscular.
Gerente de uma loja no bairro da Pedreira, Cristiano Borges diz que tem notado um crescimento de demanda por esse tipo de produto nos últimos tempos – só do ano passado para cá, ele aponta uma alta de 20% a 40% na procura. A empresa já existe há oito anos no mercado e, com a internet e o acesso à informação, Cristiano acredita que mais pessoas passaram a conhecer os benefícios dos suplementos alimentares para complementar a dieta. “Nós estimulamos bastante por meio das redes sociais e com promoções, mas percebemos que há, realmente, uma necessidade por alimentação mais saudável na vida das pessoas, está em alta”, comenta.
O trabalhador conta que, no início da pandemia, os preços se mantiveram estáveis, mas, a partir de 2021, a matéria-prima ficou mais cara, com alta de 50% em alguns casos. No próximo dia 11 deste mês, Cristiano adianta que existe uma previsão de novo aumento de preço, dessa vez na casa dos 30%, e que todo esse comportamento é refletido ao consumidor. “Não condiz com a realidade financeira do cliente, que não cresceu, então tivemos que reduzir a margem de lucro para manter as vendas”, conta. Na loja, os produtos de mais qualidade, com uma boa concentração proteica, custam uma média de R$ 140 a R$ 180.
Já o proprietário de uma loja no bairro do Reduto, também na capital paraense, Eduardo Mamud, estima uma média de crescimento de 30% nas vendas de suplementos, especialmente depois da pandemia, que trouxe mais preocupação com a saúde. Da mesma forma, os preços subiram muito, segundo ele, e os reajustes alcançaram até 100% em alguns casos, ou seja, os valores dobraram.
“São aumentos significativos em alguns produtos, como proteínas e creatina. Antes da pandemia, as marcas importadas e nacionais de maior qualidade tinham uma procura maior pelos consumidores, mas hoje já diminuiu bastante o consumo delas, porque o consumidor está preferindo produtos com maior custo benefício. O que fazemos é entregar para o cliente o melhor atendimento, preço justo e entrega totalmente gratuita em qualquer pedido na região de Belém, Ananindeua e Marituba”, comenta o empresário.
Consumidora relata alta de preços
Advogada, Renata Ferreira faz uso dos concentrados de proteína há dois anos, desde que passou por um processo de reeducação alimentar e passou a inserir hábitos saudáveis na rotina. O objetivo principal, segundo ela, é bater a quantidade de proteína diária indicada para o seu corpo. “Comecei a comprar pela praticidade, e depois aprendi a fazer receitas com sabores gostosos, o que me ajudou na necessidade que eu tinha de comer doce. Fica mais sustentável a rotina de alimentação saudável”, afirma.
Mas, mesmo sendo necessário para sua dieta, Renata começou a reduzir algumas quantidades dos suplementos por conta dos preços altos – e como ela opta por marcas que tenham um sabor melhor, sai ainda mais caro. Antes, Renata gastava cerca de R$ 150 por mês, mas agora o custo subiu para R$ 200. “Senti a alta dos preços em tudo, esse ano principalmente, o que me levou a diminuir o consumo para render mais. O indicado é você fazer todas as refeições com alimentos, comida de verdade, então hoje eu entro com o suplemento em último caso, para substituir alguma refeição, ou quando bate a vontade de comer um docinho. Mas não abro mão”, relata a consumidora. Para economizar, ela já chegou a comprar em sites na internet, porque em lojas físicas os preços são mais altos.
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