Setor produtivo aguarda resultado de investigação sobre suspeita de vaca louca no Pará
Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) averigua suposto caso atípico de doença degenerativa em animal do sudeste paraense
O resultado da análise laboratorial sobre o caso suspeito de Encefalopatia Espongiforme Bovina, mais conhecido como "mal da vaca louca", deve sair ainda esta semana, segundo informações da assessoria da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará). O órgão confirma que recebeu uma notificação de suspeita de que um animal com sintomatologia de doença nervosa na região sudeste do estado.
“De imediato, fiscais agropecuários seguiram protocolo sanitário, coletando material biológico e encaminhando-o para análise, no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária. Todas as medidas sanitárias preconizadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) estão sendo adotadas”, afirmou a agência em nota. Por sua vez, o Mapa diz que ainda investiga o caso e somente a partir da confirmação ou não é que poderão ser aplicadas as medidas cabíveis.
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A reportagem do Grupo Liberal conversou com representantes de entidades representativas do setor produtivo no estado do Pará, porém as instituições não emitiram comunicado oficial. Um dirigente da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa) declarou apenas que a “federação está acompanhando através dos órgãos oficiais MAPA e Adepará e deposita total confiança nestes procedimentos técnicos”.
Já Daniel Acatauassu, que preside o Sindicato da Indústria da Carne e Derivados do Estado do Pará (Sindicarne), disse que qualquer declaração sobre eventuais impactos para o setor seria prematura no momento, por isso os empresários do setor aguardam o posicionamento oficial dos órgãos de inspeção.
O mal vaca louca é uma doença que afeta o sistema nervoso central de bovinos e bubalinos. Ela é transmitida para os animais por meio da ingestão de alimentos contaminados com restos de outros animais que contraíram a doença. Por isso, uma normativa do Mapa proíbe que bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos sejam alimentados com proteínas de origem animal.
Além de representar um risco para o gado, o mal da vaca louca é perigoso, pois pode ser transmitido aos seres humanos como ocorreu na década de 1990, quando um surto de casos da Grã-Bretanha provocou a suspensão do consumo de carne bovina naquele país.
Mais recentemente, casos atípicos da doença, isto é, que se manifestaram espontaneamente na natureza, foram detectados nos estados de Minas Gerais e Mato Grosso. As ocorrências foram no ano de 2021 e levaram a China a suspender a compra de carne bovina entre os meses de setembro a dezembro daquele ano. Casos clássicos da enfermidade decorrentes da ingestão de carne contaminada nunca foram detectados no Brasil.
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