Setor de serviços tem retração no Pará, mas saldo de 2021 segue positivo
Pesquisa mostra que busca por serviços foi mais tímida no último mês, mas empresários mantêm o otimismo em Belém
De acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o Pará teve uma redução de 2,9% no volume de serviços em agosto deste ano.
O estado teve a quarta maior queda de todo o Brasil no mês, perdendo somente para Roraima (-7,4%), Mato Grosso (-3,6%) e Mato Grosso do Sul (-3,2%).
A boa notícia é que entrementes, apesar da queda, o Pará acumula um saldo positivo no ano de 2021 de modo geral, com 16,4% de crescimento desde janeiro.
O número positivo tem deixado muitos trabalhadores do setor de serviços otimistas, especialmente considerando as dificuldades que diversas empresas enfrentaram em 2021.
É o caso de Andrea Vasconcelos e Itaciara Maia, que há 16 anos comandam um salão de beleza na capital paraense. Entre um perrengue e outro causado pela pandemia, o negócio das sócias conseguiu se manter firme e tem mantido bons resultados em 2021.
Atualmente, 30 profissionais são empregados pelo estabelecimento, que conta com múltiplos serviços e já planeja uma expansão para 2022.
"O salão tem 16 anos de mercado então temos uma clientela boa que não nos abandona, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Caiu um pouco o faturamento e a demanda de clientes mas nada que prejudicasse muito. A gente vem se reinventando e criando combos promocionais que os clientes esperam todo mês. Nos últimos meses, nossa experiência tem sido muito agradável desde que começou a vacinação. Setembro foi ótimo, outubro começou muito bem, muitos clientes para eventos, que voltaram a ser permitidos, noivas. Melhorou muito. No salão a gente tem uma sala de eventos para preparação de festas de 15 anos, debutante, noiva, madrinhas, com suíte, sabe? Essa procura que aumento muito", diz Itaciara, que está mais confiante ainda para o ano de 2022.
Cenário nacional
O volume de serviços cresceu 0,5% de julho para agosto, quinta taxa positiva seguida, acumulando no período ganho de 6,5%. Com isso, o setor está 4,6% acima do patamar pré-pandemia e alcança o nível mais elevado desde novembro de 2015.
Apesar do crescimento, o setor ainda está, por exemplo, 7,1% abaixo do recorde histórico, alcançado em novembro de 2014.
Entre os estados brasileiros, Sergipe foi o estado que mais teve alta nos serviços, com 8,3%, seguido do Rio Grande do Sul e de Alagoas, ambos com 4,2%.
O avanço em todos o território nacional teve alguns destaques, como o setor de informação e comunicação (1,2%), transportes (1,1%) e serviços prestados às famílias (4,1%).
“Desde junho do ano passado, o setor acumula 14 taxas positivas e somente uma negativa, registrada em março, quando algumas atividades consideradas não essenciais foram fechadas por determinação de governos locais em meio ao avanço da segunda onda do coronavírus”, explica o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.
O único resultado negativo foi o de serviços profissionais, administrativos e complementares (-0,4%), devolvendo parte do ganho de 4,1% alcançado entre maio e julho últimos.
Já frente a agosto de 2020, o setor avançou 16,7% no Brasil, a sexta taxa positiva seguida. Houve altas em todas as cinco atividades e em 80,7% dos 166 tipos de serviços investigados.