Com a chegada da Semana Santa, o consumo de peixes e frutos do mar se intensifica em Belém, impulsionando as vendas em peixarias e restaurantes regionais. Empresárias do setor revelam otimismo com o período e apontam mudanças no comportamento do consumidor.
Durante o feriado religioso, é tradição entre os paraenses substituir carnes vermelhas por pescados, reforçando o movimento em estabelecimentos que apostam na culinária típica da região. Para muitos empreendedores, é a melhor época do ano em termos de vendas.
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Sem apostar em novidades sazonais, ela segue com o cardápio fixo. “Temos muitas opções já disponíveis. A caldeirada paraense continua sendo o nosso carro-chefe, perfeita para o almoço em família”, destaca.
Dourada frita, caldeirada e moqueca são os destaques
Já na peixaria comandada por Anna Antunes, a movimentação também já é sentida. Especializada em pescados regionais como dourada, filhote e pescada amarela, ela conta que, mesmo sem mudanças no cardápio, alguns pratos ganham mais destaque nessa época. “A dourada frita acaba sendo muito pedida, por ter um preço mais acessível e ser bastante popular entre os clientes”, afirma.
“A caldeirada de filhote e a moqueca de pescada amarela também saem bastante. As pessoas querem reunir a família em torno de uma comida tradicional, com sabor paraense”, acrescenta Anna.
Vendas crescem até 80% durante o feriado
Ela relata que, nos últimos anos, as vendas aumentam mais de 80% durante o período. “O maior pico é mesmo na Sexta-feira Santa, mas a procura começa na semana anterior e só termina no Domingo de Páscoa. É uma correria boa”, comenta.
Anna reforça que a tradição está longe de perder força. “A cultura do peixe na Semana Santa ainda é muito viva aqui. As pessoas valorizam esse momento com a família e fazem questão de manter o costume à mesa.”
Delivery em alta impulsiona vendas
Além do atendimento presencial, o delivery vem ganhando espaço. “Hoje, cerca de 30% das nossas vendas são feitas por entrega. Antes da pandemia, era muito difícil alguém pedir caldeirada ou peixe frito por aplicativo. Agora, virou rotina”, observa Anna.
Ela acredita que essa mudança veio para ficar. “O cliente descobriu a praticidade e viu que dá pra ter a mesma qualidade em casa. Isso aumentou nosso alcance e ajudou nas vendas.”
Preço do pescado preocupa, mas planejamento ajuda a equilibrar
Em 2025, os preços dos pescados mais consumidos subiram até 19,15%, segundo levantamento do Dieese Pará. Isso acende um alerta para os comerciantes.
“É um desafio. A gente tenta se antecipar ao máximo, negociar com fornecedores e garantir bons preços antes dos aumentos”, explica Anna. “Não dá pra repassar tudo ao cliente, então o segredo está em planejar bem. O consumidor quer qualidade, mas também olha o bolso.”
Para ela, o bom relacionamento com fornecedores faz diferença. “A gente já tem parceiros de confiança e isso ajuda muito nessa hora. É o que garante que o peixe esteja fresco, com preço justo e pronto pra ser servido com sabor.”