Reajuste no preço dos hortifrutis fica acima da inflação em Belém
Dados foram divulgados nesta quarta-feira (05/06) pelo Dieese Pará
Dados foram divulgados nesta quarta-feira (05/06) pelo Dieese Pará
Nos últimos seis meses, a beterraba dobrou de preço nas feiras e supermercados de Belém. A afirmação é do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) no Pará, que divulgou, nesta quarta-feira (05/06), um balanço de preços dos hortifrutis comercializados na capital paraense, considerando a variação entre dezembro de 2023 e maio deste ano. Ainda de acordo com a entidade, a cenoura (+95%), a abóbora (+68%), o chuchu (+68%) e o pimentão verde (+53%) também encareceram acima dos 50% no mesmo período.
O reajuste de quase todos os produtos pesquisados ficou acima da inflação, estimada em 2% para o período. Batata, couve, repolho, quiabo e jambu também se destacam pela alta de preços, calculada entre 32% e 44%. A alface foi a única hortaliça que barateou no período: -11,23%.
Os efeitos do aumento são percebidos entre os comerciantes, como esclarece o feirante Denison Marques. “Parei um mês de vender devido ao aumento, tudo muito caro então não tinha como eu comprar”, explica. Segundo o vendedor, embora ainda tenham muitos produtos caros, começa a ver pequenas quedas de preço. “Melhorou a venda um pouco nesse começo de mês… na cenoura, tomate, cebola e cheiro verde”, afirma. A sua expectativa agora é conseguir recuperar os ganhos após o mês de perdas com o aumento.
De acordo com o feirante Herbert Azevedo, 38 anos, batata, cebola e pimentão foram os produtos que mais encareceram nos últimos meses em sua banca. “A gente vendia a batata a R$ 5/6, agora tá R$ 9 aqui na feira, o quilo. A cebola aumentou na mesma faixa de preços; e o pimentão que era R$ 10, até R$ 12, agora tá entre R$ 17 e R$ 18, o quilo”, compara. Segundo o feirante, a beterraba subiu de R$ 7 para R$ 10. “A cenoura não aumentou tanto como os outros: a gente vendia a R$ 8,50 e agora tá R$ 10”, pondera.
Herbert, que trabalha há 25 anos no Mercado do Ver-o-Peso, percebe que a maior variação ocorreu entre abril e maio. “Eu tenho pra mim que é devido às enchentes no Sul, porque vem muita mercadoria de lá, entendeu? Esse desastre afetou bastante a gente, as mercadorias em geral”, explica o vendedor, que observa uma leve melhora nas vendas neste início de junho. O fenômeno, no entanto, é cíclico: “Durante o meio do mês, cai bastante”, afirma.