Quer investir em criptomoedas? Veja um ranking das melhores e das piores
Brasil já é o sétimo maior mercado de criptoativos do mundo
A adoção de criptoativos pelos brasileiros cresce a passos largos. Um estudo publicado pela Chainnalysis, consultoria especializada em blockchain, revelou que o país já ocupa a sétima posição entre os maiores mercados de ativos digitais do mundo. Para introduzir o leitor nessa opção de investimento cada vez mais consolidada, o Grupo Liberal passa a publicar, a partir deste mês, um ranking mensal que reúne apenas os criptoativos mais relevantes do mundo, elaborado pela QR Asset Management, a gestora de recursos da holding QR Capital.
Criptoativos são ativos digitais transacionados de forma eletrônica que podem ser utilizados para investir e especular, transferir valores ou, ainda, para acessar serviços. A primeira das criptomoedas foi o Bitcoin, criado anonimamente em 2008. Desde então, muitas outras surgiram com características e objetivos diferentes. Esses criptoativos podem ser transacionados em corretoras especializadas, as chamadas exchanges, ou por meio de uma vasta variedade de produtos financeiros regulados focados em ativos digitais, como fundos de investimento e ETFs (Exchange Traded Funds, fundos listados em bolsa, em inglês).
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Para Bernardo Srur, diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto), a entrada de instituições financeiras é um impulso importante para o mercado:
“O crescimento exponencial de investidores no Brasil é um processo natural nos últimos 10 anos. É notável observar, também, que a entrada de investidores individuais e grandes instituições como Nubank, BTG e XP, que incorporaram os criptoativos em seu portfólio, fomentam esse crescimento. Além disso, esse tema está dentro das agências reguladoras, com iniciativas do Banco Central visando à criação do Real Digital e também ações da CVM, por meio do LAB, o futuro da infraestrutura do mercado de capitais.”
Aumento de 200% de investidores brasileiros
Somente em 2022, o número de investidores brasileiros em criptoativos aumentou cerca de 200%, segundo relatório da Receita Federal publicado em setembro deste ano. Para Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management, o alto interesse em ativos digitais, além de fazer parte do DNA do brasileiro, pode ser explicado pelo cenário macroeconômico do país.
Alexandre explica que o brasileiro tem um histórico de boa adesão a novas tecnologias, “basta olhar a curva de adoção de smartphones ou de fintechs. Além disso, vivemos um ciclo inflacionário mundial intenso, o que também influencia na desvalorização cambial da nossa moeda, são fatores que pesam na adoção dessa classe de ativos". O executivo explica que, apesar da expansão do conhecimento do brasileiro sobre investimentos e finanças, “ainda temos gargalos de informações sobre criptoativos em língua portuguesa, por isso empresas como a QR Asset têm o dever de oferecer o máximo possível de informação sobre o mercado para os investidores”.
Ranking lista as cinco criptomoedas mais valorizadas
O ranking lista as cinco criptomoedas que mais valorizaram e as cinco que mais caíram no período. O levantamento analisa as 40 maiores moedas por capitalização de mercado - ativos que terminarem o mês fora das 100 maiores são eliminados. Aqueles ativos que possuam valor de mercado inferior a um bilhão de dólares no início do mês também são excluídos do ranking. Além disso, moedas que são negociadas exclusivamente em exchanges descentralizadas também não são consideradas. Esses critérios têm o objetivo de filtrar os ativos muito recentes, sem embasamento técnico ou sem real valor de mercado. É importante ressaltar que este levantamento não é uma indicação de investimento.
A criptomoeda Dogecoin foi o ativo que mais valorizou no mês de outubro, com alta de 99,79%, de acordo com levantamento da QR Asset. A criptomoeda ganhou fama no início deste ano, depois que o empresário americano Elon Musk fez referências a ela em suas redes sociais. Ao longo do ano, o ativo caiu bastante, chegando perto do patamar inicial. No entanto, com a oficialização da compra do Twitter por Musk, o valor da cripto disparou novamente. Theodoro Fleury, gestor da QR Asset Management, explica que existem especulações no mercado de que DOGE pode ser de alguma forma integrada ao Twitter.
Já a cripto que mais caiu no mês foi Terra Luna Classic (LUNC). Segundo Fleury, a queda foi uma resposta à valorização de DOGE, uma vez que LUNC também sofreu com perda de credibilidade. Outro destaque foi o Near Protocol (NEAR), que caiu 12,89% no mês, como mostra o ranking.
“O anúncio de ajustes de negociações da stablecoin (moeda estável, com valor atrelado a uma moeda fiduciária) contribuiu para a performance do token, com mais de 100 milhões de dólares em total value locked (TVL) saindo do ecossistema. Deve ser levado em consideração também que o surgimento de novas plataformas de contratos inteligentes concorrentes contribuiu para a queda de TVL do protocolo”, explica Fleury.
Ranking das menos valorizadas
OUTROS CASOS DE USO DA BLOCKCHAIN
Blockchain é a tecnologia que permite a existência das criptomoedas. Criada em 2008, junto com o bitcoin, uma blockchain é um livro registro que guarda informações digitais de forma imutável. Através de criptografia e poder computacional, a blockchain impede que ativos registrados nela sejam duplicados, reconhece a posse desses ativos e registra qualquer movimentação que seja feita. Essas características permitem que seja usada em diversas indústrias, desde o mercado financeiro com as moedas digitais, até o mercado notarial, cadeias logísticas e jogos eletrônicos.
Um dos bons exemplos é a Plastic Bank, empresa social fundada no Canadá, que desenvolveu um aplicativo que utiliza blockchain para rastrear a cadeia de reciclagem do plástico retirado dos oceanos de ponta a ponta. Atuando no Brasil desde 2019, a empresa já coletou o equivalente a 160 milhões de garrafas PET dos oceanos.
Outro eficiente caso de uso é o do Futster, game brasileiro de football manager estruturado em blockchain. É o primeiro do país a ter cards colecionáveis em NFT (modalidade de criptoativo que garante posse de um documento ou imagem). Os cards são jogadores reais e fictícios de clubes como Flamengo, Atlético Goianiense e Santos, que podem ser usados para montar times e disputar campeonatos. O game já está aberto ao público e pode ser baixado no site da Futster.
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