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Quebra na safra provoca aumento no preço do café nos supermercados; reajuste pode chegar a 40%

Associação Paraense de Supermercados avalia que o produto pode encarecer ainda mais, na medida em que os estabelecimentos receberem novas remessa da indústria

Ize Sena / Especial para O Liberal

“Vai um cafezinho aí?” Essa pergunta agora deve ser feita com cautela. É que um dos itens indispensáveis na mesa do brasileiro, o café, deve ficar mais caro nos próximos meses. O motivo para o aumento do preço é a seca que atingiu o Brasil nos últimos meses, seguida da geada, em julho, fazendo com que muitos produtores perdessem parte das plantações em Minas Gerais, responsável por 70% da produção de café arábica do Brasil.

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A quebra na safra do café deve deixar o produto de 35 a 40% mais caro nos supermercados até o fim de setembro. Esse aumento é o maior registrado, há pelo menos 25 anos no país, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Segundo o economista Genardo Chaves de Oliveira, o café do tipo arábica sofreu uma perda de 1 milhão de sacas em 2021. Já para a espécie Conilon ou Robusta, como é conhecida, a previsão é de crescimento de 12%, superior ao colhido em 2020. “Diante desta perspectiva visualizo um aumento gradual e sistemático para o ano de 2022, em virtude da seca e do aumento do dólar, junto ao seu valor crescente na bolsa de Nova York. Por sua vez, o produtor segurou o café no estoque para aguardar o aumento do preço e disponibilizá-lo com o intuito de recuperar o prejuízo anterior ligado à seca”, explica Oliveira.

A Associação Paraense de Supermercados (Aspas) também acompanha esse aumento, perceptível na prateleira dos estabelecimentos. “Infelizmente houve uma grande perda da produção e com isso, a previsão é de alta, em torno de 35%. Já houve o aumento nas lojas. Ainda não chegou nesse patamar devido aos estoques anteriores, mas a perspectiva é chegar em breve, pois é quando se vai recebendo nova remessa da indústria e vai se repassando o preço. Não tem como não fazer”, avalia.

Mesmo com a pandemia, baixa safra e preço elevado, o consumo cresce independente dos fatores que influenciam no preço, pois há quem não dispense o café matinal diário ou o bom e velho cafezinho, à tarde. É o caso da professora de Educação Física, Deyse Mendes. Amante do grão, ela afirma que não abre mão do produto. “Eu senti a diferença de preço, tanto que já fiz o ajuste de alguns produtos e vario marcas, de acordo com o preço no supermercado, e faço pesquisa em alguns estabelecimentos”, explica Deyse que consome, em média, até 300 ml de café por dia. “Eu dei uma reduzida por questão de saúde, mas não deixaria de consumir a quantidade que consumo por conta do preço. Só se realmente eu não tivesse nenhuma condição financeira com relação a isso. Nesse caso, eu não cortaria o consumo de café, mas de outros produtos alimentícios”, revela.

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