Procura por itens da ceia de natal ainda é tímida em Belém

De acordo com a Associação Paraense de Supermercados (Aspas), o movimento de consumidores deve ser intensificado na semana que antecede a data comemorativa, em dezembro

Camila Azevedo
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A população de Belém ainda não está fazendo as compras típicas para a ceia de natal. Itens como frutas cristalizadas, panetones e os famosos perus seguem estocados nas prateleiras dos centros comerciais da capital. De acordo com a Associação Paraense de Supermercados (Aspas), essa movimentação deve começar a ganhar força a partir da segunda quinzena de dezembro, sendo puxada pelas últimas parcelas do décimo terceiro, e se intensificando na semana que antecede a data festiva.

Jorge Portugal, empresário e presidente da Aspas, explica que a procura nesse período do ano, logo que as programações do Círio de Nazaré terminam em Belém, é de produtos de decoração. Árvores, bolas de enfeites e guirlandas, por exemplo, não param nas lojas. “A procura [de itens da ceia de natal] é a partir do dia 10 para o dia 15 de dezembro, quando se aproxima mais. Nem no início do mês tem aquela busca ainda. É na semana que antecede o natal que tudo fica mais intenso”, diz.

Para este ano, a previsão da Aspas é que a ceia dos paraenses seja de 7% a 8% mais cara do foi em 2023. Jorge também afirma que esse aumento no preço dos itens está relacionado ao dólar. “Muitas dessas coisas são importadas e houve aumento do dólar. Temos o exemplo do azeite, que teve alta super expressiva ultimamente, acima de 30%. Temos ainda o bacalhau, as nozes, castanhas portuguesas… É de se esperar, com certeza absoluta, um aumento nos produtos que compõem a cesta natalina”.

Um levantamento realizado nesta quarta-feira (20) pela reportagem de O Liberal identificou os preços de alguns desses produtos mais específicos do período. Em um supermercado localizado na avenida Alcindo Cacela, em Belém, pacotes com frutas cristalizadas variam entre R$ 4,50, R$ 5,10, R$ 9,25 e R$ 18,90. Já as uvas passas foram encontradas por R$ 5,91, R$ 6,89 e R$ 9,95. No mesmo estabelecimento, os panetones, dependendo do tipo - de chocolate ou de frutas - e da marca, são vendidos por R$ 16,85, R$ 18,98 e R$ 23,75.

Dieese observa mudança no comportamento de lojas

Se de um lado a Aspas identifica que a movimentação em busca de produtos da cesta de natal ainda não começou, do outro, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Pará observa uma mudança em relação ao funcionamento dos supermercados. Everson Costa, supervisor técnico da instituição, explica que a própria disponibilidade dos itens só fica mais em evidência quando chega a comemoração.

“Antigamente, você tinha aquelas ilhas no meio dos mercados, com degustação de panetones que, inclusive, eram mais numerosos e diversificados. Isso mudou bastante. A gente começa a perceber, pelo menos do pós pandemia [da covid-19] para cá, que esses produtos são disponibilizados mais próximos das datas festivas. Mas estamos levantando que tem pouquíssima coisa. Por exemplo, alguns desses produtos, é melhor você comprar na véspera, como frutas e tudo mais que você tenha ali a possibilidade de estragar”, diz.

Outro fator que agrega nas mudanças citadas pelo Dieese é que alguns produtos que eram mais sazonais nas prateleiras, agora aparecem com mais frequência. “Aquelas aves que costumavam aparecer muito mais no final do ano você tem praticamente em todo período no supermercado. Assim como os próprios panetones, por exemplo. Era algo que você tinha uma vez ou outra ou somente no Natal.De uns tempos para cá, os panetones passaram a fazer parte da rotina dos supermercados”, completa o supervisor.

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