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Procura pelos planos de saúde cresce no Pará

Em um ano, o número de beneficiários da assistência médica cresceu 4,25%; os planos odontológicos tiveram alta de 15,69%

Elisa Vaz

O número de beneficiários de planos de saúde no Pará cresceu acima da média nacional em setembro deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Na categoria de assistência médica, a alta foi de 4,25%, sendo que, nacionalmente, a média ficou em 3,3%. O Pará somou 841.239 clientes, ante os 806.904 que havia um ano atrás. Já os planos odontológicos mostram crescimento de 15,69% no número de beneficiários no Estado, totalizando 526.806, contra 455.356 em setembro de 2020, acima dos 9% da média no país.

Na avaliação do presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado do Pará (Sindesspa), Breno Monteiro, o aumento do número de usuários da saúde suplementar, ou seja, as pessoas que possuem plano de saúde, está diretamente ligado à geração de empregos. “Como o Pará foi o líder nos últimos 12 meses na geração de empregos da região Norte, com saldo positivo de mais de 13 mil empregos, isso reflete no aumento do número de usuários dos planos de saúde, já que dois terços das contratações são coletivas, fornecidas pelas empresas ao empregado. Então, historicamente, em todas as regiões, existe uma ligação muito forte com o PIB [Produto Interno Bruto] e com a geração de emprego, contribuindo para o aumento do número de usuários da saúde suplementar”, explica.

Além disso, segundo o especialista, a pandemia, de alguma maneira, trouxe à população um olhar de cuidado e a necessidade de se ter uma saúde de melhor qualidade. Ele diz que, quando o usuário possui um plano de saúde, não vai depender das filas dos hospitais públicos e nem enfrentar dificuldades de acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS). “Pela pandemia, houve também uma facilitação na questão dos reajustes e da não suspensão dos usuários do plano de saúde por conta da crise sanitária. Isso tudo colaborou para o crescimento dos usuários”.

Em comparação com outros Estados do Brasil, o levantamento aponta que o Pará foi o 8º que mais cresceu em números de beneficiários em planos de assistência médica e o 6º nos planos odontológicos. Dentro da região Norte, o Pará ainda ficou em 2º lugar nas duas categorias, entre os que mais cresceram. Na assistência médica, perdeu apenas para o Amazonas, que teve uma variação de 7,98%; e nos planos odontológicos, o Tocantins ficou na frente, com crescimento de 39,66% em um ano.

No entanto, o presidente do Sindesspa, Breno Monteiro, não tem expectativas positivas para o setor em um futuro próximo. Os profissionais dessa área, de acordo com ele, não veem com otimismo o cenário atual no Pará e no Brasil e não esperam ainda mais aumento no número de usuários dos planos de saúde. Como afirma o representante da classe, é possível que a população enfrente, pela alta da inflação e pelo aumento do custo dos insumos na área da saúde, um reajuste “muito forte” nos preços dessas contratações no ano que vem. Associado a isso, com a recessão, pode ser que o setor não encontre um cenário favorável para crescimento. Portanto, Breno acredita que haverá uma estagnação no número de usuários daqui para frente.

O publicitário Leonardo Macedo, de 31 anos, é uma das tantas pessoas que aderiram a um plano de saúde recentemente. Há dois meses, ele fez a contratação de um produto empresarial, de saúde hospitalar e odontológico, tanto para ele próprio como para sua família: esposa e filho. O que o fez ir atrás desse serviço, segundo Leonardo, foi a segurança e a qualidade do atendimento, e a opção por um plano empresarial se deu atrelando qualidade e saúde financeira, já que, pela empresa, geralmente é mais barato.

Na opinião dele, a pandemia influenciou as pessoas a buscarem essa segurança. “Mesmo com o colapso tanto no setor público como no privado, nós fomos muito bem atendidos, com todos os cuidados e preocupações, graças ao nosso plano. Não tenho dúvidas disso. É um investimento muito importante, e sempre esteve em nosso orçamento familiar”, conta.

Nacionalmente, nos planos médico-hospitalares, houve crescimento de 1.548.701 beneficiários em um ano, o equivalente a 3,3% de aumento em relação a setembro de 2020. No comparativo de setembro com agosto, o crescimento foi de 186.773 mil usuários. O total de beneficiários é o maior número registrado desde abril de 2016, quando o setor atingiu a marca de 48.523.031 beneficiários nessa segmentação. Já nos planos exclusivamente odontológicos, foi registrado aumento de 2.593.020 beneficiários em um ano – o que representa 9% de crescimento no período – e de 402.609 em um mês.

Economia