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Presidente do IBGE pede exoneração um dia após corte no orçamento do Censo

Segundo nota divulgada pelo Instituto, decisão se deve a "motivos pessoais e de família"

Agência Estado

A presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Susana Cordeiro Guerra, pediu exoneração nesta sexta-feira (26). A decisão se deve a "motivos pessoais e de família", segundo nota divulgada pelo IBGE, mas ocorre no dia seguinte à aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2021, com um orçamento insuficiente para garantir a realização do Censo Demográfico.

"O IBGE informa que Susana Cordeiro Guerra pediu exoneração do cargo de presidente do órgão por motivos pessoais e de família. Ela continuará no cargo até a transição para o novo presidente a ser indicado", diz a nota divulgada pelo órgão de estatísticas.

Ainda nesta sexta, o IBGE já havia divulgado nota para informar que, diante da aprovação da LOA de 2021, solicitaria "orientações ao Ministério da Economia sobre os procedimentos no tocante à operação censitária".

A LOA de 2021 foi aprovada na quinta-feira, 25, na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional, reduzindo o orçamento do Censo Demográfico de R$ 2 bilhões para R$ 71 milhões. Na prática, a redução inviabiliza a realização do Censo neste ano, após a pesquisa já ter sido adiada em um ano.

O censo deveria ter ido a campo em 2020, mas foi adiado por causa da pandemia de covid-19. O órgão trabalhava para dar início à coleta, que visitaria todos os cerca de 71 milhões de lares brasileiros, a partir de agosto deste ano.

Tecnicamente, a verba ainda pode ser alterada na votação do plenário do Congresso. Não há, porém, nenhum movimento para essa mudança.

Em 2019, quando assumiu o posto de presidente do IBGE, Susana se tornou a pessoa mais jovem a comandar o instituto. Na ocasião, ela tinha 37 anos.

Susana sucedeu Roberto Olinto, funcionário de carreira do instituto desde 1980. Ela é formada em Harvard e fez doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT). Já trabalhou como economista do Banco Mundial.

Susana chegou ao comando do IBGE por intermédio da filha de Paulo Guedes, de quem é amiga há anos. Sua indicação foi reforçada ainda por Carlos von Doellinger, que será presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), onde Susana atuou como pesquisadora.

Ela chegou no IBGE com a missão de garantir a realização do Censo Demográfico 2020, que, à época, já seguia sob risco de postergação.

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