Preço dos ovos varia até 40% nas feiras de Belém
Produto pode custar entre R$ 19,90 e R$ 28 a depender do bairro
Produto pode custar entre R$ 19,90 e R$ 28 a depender do bairro
Um levantamento feito pela reportagem do Grupo Liberal, realizado nas principais feiras de Belém na última sexta-feira (11), revelou uma diferença significativa no preço dos ovos de galinha, item básico na alimentação dos paraenses. A pesquisa apontou que, a depender do bairro, o valor da bandeja com 30 unidades, conhecida popularmente como cuba, pode variar entre R$ 19,90 e R$ 28, o que demonstra uma variação de até 40% entre os bairros.
Na feira da Bandeira Branca, no bairro do Marco, a cuba custa em média R$ 23. O comerciante Reinaldo Almeida conta que percebeu uma leve redução no valor do produto nos últimos dias. “Já está baixando (o valor), antes era R$ 30, agora está R$ 23. Estava R$ 300 a caixa, mas já está R$ 230”.
O tipo do ovo também é um fator que determina o valor do produto, na mesma feira, Rosa Oliveira disponibiliza aos clientes opções que variam entre R$ 20 e 25. “O jumbo e o vermelho estão R$ 25; o extra está R$ 23; o especial está R$ 22; e o “primeira” (que são os primeiros ovos que a galinha põe) custam R$ 20.
Já na feira da Pedreira, a cuba dos ovos oscila entre R$ 26 e R$ 28. O feirante Jeferson Oliveira revela que mantém a R$ 26 a bandeja com 30 unidades, há cerca de um mês, mas percebeu uma redução no preço da caixa vendida pelo seu fornecedor nos últimos dias, mas o reajuste permanece alto em comparação com ano passado. “Ano passado era mais barato, eu vendia a R$ 20 (a cuba) neste período”, destaca Oliveira.
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Ainda na Pedreira, é possível encontrar o mesmo produto a R$ 28. Jesso Cardoso diz que tenta, ao máximo, estabilizar os preços aos seus clientes, mesmo que isso implique na redução dos lucros. “A gente aumenta (os preços), mas, às vezes, ganhamos menos do que ganhava antes. Uma semana o ovo baixa, mas na outra aumenta”, declara o feirante.
Já no Barreiro, os pontos de vendas oferecem opções a partir de R$ 20 até R$ 25. Apesar da possibilidade de um produto mais em conta, alguns consumidores consideram o tipo do ovo no momento da compra. A camareira Maria Lemos diz que, mesmo com opções mais baratas, ela prefere comprar o do tipo vermelho ou caipira, que é cerca de R$ 5 mais caro. “Compro ovos toda semana, o preço está bem alto, mas prefiro comprar na feira porque eu acho mais fresquinho, porque eles renovam os estoques com mais frequência”, afirma.
A questão da localização não está restrita aos bairros, mas também aos estabelecimentos de compra. Nos supermercados, por exemplo, o mesmo produto ultrapassa os R$ 30. Segundo o levantamento feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos, seção Pará (Dieese-PA), o preço dos ovos ficaram quase 20% mais caros nos supermercados no primeiro trimestre deste ano.
De acordo com a pesquisa, o aumento foi de 11,57% nos últimos 12 meses, e de 18,02% no acumulado deste ano. Em janeiro, a cuba custava R$ 27,69 e passou para R$ 32,68 em março deste ano. Em março de 2024, o mesmo produto era vendido a R$ 29,29.
“A diferença de preço entre o supermercado e a feira pode chegar a 20%. A gente precisa lembrar que a formação de preços dos supermercados é diferente da feira, a aquisição e a venda dos produtos também têm um ritmo de comercialização que pode variar entre marcas e o tipo”, explica Everson Costa, supervisor técnico do Dieese-PA.