Preço do petróleo cai após diálogos de paz na Ucrânia
Negociações parecem avançar entre Estados Unidos, Rússia e Ucrânia
Os preços do petróleo fecharam em baixa nesta sexta-feira (14), com o mercado atento às negociações de paz em torno do conflito na Ucrânia, o que poderia significar um alívio das sanções dos Estados Unidos ao petróleo russo. O preço do barril de petróleo Brent do Mar do Norte para entrega em abril caiu 0,37%, para 74,74 dólares. Seu equivalente norte-americano, o West Texas Intermediate (WTI), para entrega em março, recuou 0,77%, para 70,74 dólares.
"Há uma continuidade [do movimento] devido às manchetes dos últimos dias sobre as discussões entre os Estados Unidos e a Rússia" para um possível fim da guerra na Ucrânia, comentou à AFP Andy Lipow, analista da Lipow Oil Associates.
Em uma conversa telefônica de uma hora e meia na quarta-feira, Donald Trump e Vladimir Putin concordaram em iniciar "imediatamente" negociações para encerrar o conflito, que já dura três anos. Uma solução "poderia, com o tempo, levar a um alívio das sanções ao petróleo russo, (...) o que permitiria que uma maior quantidade de ouro negro chegasse ao mercado", resumiu Lipow. Uma maior oferta de petróleo no mercado, em teoria, faria os preços caírem.
Nesta sexta-feira, o vice-presidente dos Estados Unidos, J.D. Vance, garantiu que Washington quer garantir uma paz "duradoura" após sua primeira reunião com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, que exige um "plano" comum com seus aliados ocidentais antes de negociar com a Rússia. O presidente ucraniano afirmou que seu país está pronto para "avançar o mais rápido possível rumo a uma paz real e garantida".
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Além da geopolítica, os preços continuam sendo afetados por um possível desequilíbrio entre oferta e demanda. Os operadores "ainda esperam um crescimento bastante lento da demanda em 2025", segundo Lipow. "Ao mesmo tempo, novos suprimentos provenientes da América do Norte e do Sul serão introduzidos no mercado", acrescentou.
E a isso se soma "uma capacidade de reserva importante" por parte da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados), destacou o analista.