Preço da gasolina no Pará sobe até 485% mais que a inflação em 2021
Mesmo com subsídios do governo para segurar a disparada dos preços, diesel tem crescimento de 547% superior ao IPCA
A Petrobras anunciou na última quarta-feira (11) um novo reajuste no preço do litro da gasolina, que passou de R$ 2,69 para R$ 2,78 nas refinarias. O aumento de R$ 0,09 (3,34%) foi o nono reajuste no ano, que já acumula uma alta de R$ 0,85 em relação ao preço anotado em janeiro, nas refinarias. Isso porque a política de preços é de equidade entre os valores cobrados no mercado nacional e internacional - que atualmente está voltando a crescer e aumentando a demanda.
Entretanto, para chegar às bombas, a conta fica mais cara. Segundo a Petrobras, incidem na composição do preço final dos combustíveis tributos como ICMS, Cide, PIS/PASEP, Cofins, inclusão de 27,5% de etanol anidro e os custos de distribuição e revenda nos postos. Dessa forma, o litro da gasolina nos postos do Pará, por exemplo, devem chegar à média de R$ 5,96 (gasolina comum) seguindo a tabela da ANP (Agência Nacional de Petróleo).
Já o etanol, que não está vinculado ao mercado externo, por ser um combustível usado basicamente no Brasil, mas que tem aumento estimulado pela alta da gasolina, deve custar R$ 5,49 o litro, em média, nas bombas paraenses. Em janeiro deste ano, o mercado local comercializava a gasolina por R$ 4,81 o litro, em média e R$ 5,03 pelo etanol. Isso significa que, de lá para cá, o aumento real nos preços dos três combustíveis já chegou a 23,9% (gasolina) e impressionantes 9,14% (etanol). O diesel, que acompanha as elevações, passou de R$ 4,17 no primeiro mês do ano, para R$ 4,86 na última semana (16,44%).
Tanque cheio
Se a diferença em um litro parece pouca, veja como fica quando um consumidor paraense abastece um tanque. No caso de um reservatório de 50 litros, em janeiro o tanque cheio de gasolina custava, em janeiro, R$ 240,55; o de diesel, R$ 208,50; e o de etanol, R$ 251,50. Sete meses depois, os respectivos valores médios são: R$ 298; R$ 243; e R$ 274,50.
Os reajustes ficam mais assustadores quando comparados à inflação acumulada nos primeiros sete meses de 2021, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que pertence ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entre janeiro e julho, o IPCA em Belém ficou em 4,56%, índice já considerado alto. Porém, quando comparamos que a gasolina encareceu 26,70% no mesmo período, vemos que o preço do combustível subiu 485% mais do que a própria inflação do período.
Já o reajuste médio no Pará do diesel (29,53%) aplicados em 2021, por enquanto, foi 547% maior que o IPCA acumulado no ano. Vale ressaltar que, no caso do diesel, houve subsídios do governo para segurar a disparada dos preços nos meses de abril e maio. O etanol consumido em Belém não é computado na medição da inflação oficial do IBGE.
Com altas tão impactantes, os combustíveis têm sido responsáveis por impulsionar a inflação do chamado setor de Transportes. Esta fechou os sete meses iniciais de 2021 na Grande Belém em 9,0%, exatamente, o dobro do IPCA.