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Em um ano, preço da gasolina em Belém sobe 7% e o litro ultrapassa R$ 6

Consumidores reclamam sentem a alta nos preços e buscam alternativas para driblar a subida do combustível

Gabi Gutierrez

Em um ano, na capital paraense, o preço do litro da gasolina e do etanol sofreu aumento de mais de 7%, segundo o Dieese. Em alguns postos da capital, o valor do litro ultrapassa os R$ 6,50. O levantamento do Dieese-PA, divulgado com exclusividade ao Grupo Liberal, revelou que, no comparativo de 12 meses, o preço da gasolina na capital subiu 7,05%. Que representa um aumento de R$ 0,39 no litro do combustível. 

Na última semana, de 27 de outubro a 2 de novembro de 2024, o litro do combustível foi comercializado em média a R$ 5,92, podendo ser encontrado também com valores entre R$ 5,45 a R$ 6,89. No mesmo período de 2023, o preço médio era de R$ 5,53, com valores entre R$ 5,29 e R$ 6,29.

Consumidores

A reportagem do Grupo Liberal, percorreu as ruas de Belém na tarde desta segunda-feira (04/11) para levantar os custos atualizados e ouviu os consumidores, que reclamam sobre a alta nos preços. O setor defende os motivos que encarecem os derivados de petróleo.

Nos postos de combustível, os belenenses, usuários de transportes movidos a combustíveis, tentam encontrar estratégias para minimizar os impactos no bolso. Quem depende do combustível para trabalhar, como motoristas de aplicativo, relata que o peso no orçamento é cada vez mais difícil de ‘enganar’.


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Prisciane Pantoja é motorista de aplicativo há 1 ano e relata que seu gasto com combustíveis ultrapassa um salário mínimo. "Eu prefiro etanol, acho que o custo-benefício é maior. Mesmo assim, gasto cerca de R$ 1.700 por mês com combustível", relata. Para economizar, ela busca postos mais baratos pela capital: “Tenho que abastecer todo dia, então o jeito é ‘caçar’ os lugares mais em conta”.

Pedro Henrique Batista Pantoja, de 19 anos, também trabalha com entregas por aplicativo. Ele revela que, assim como Prisciane, também faz uma busca pelos locais com preços mais acessíveis: “Prefiro sempre pagar no dinheiro, que sai mais barato, e vou procurando os lugares confiáveis com o menor preço”.

A situação não é diferente para Kathianne, que sentiu o aumento assim que se mudou de São Paulo para Belém. "O preço aqui é muito alto. Procuro postos onde a gasolina rende mais, mas é complicado", comenta. Ela revela gastar cerca de R$ 250 mensais e prefere abastecer com gasolina, mesmo que o preço seja maior que o do etanol. "Para mim o etanol não compensa, então vou de gasolina, mesmo com o preço que está", justifica.

E os consumidores relatam que a alta pôde ser sentida no bolso desde o início do ano. Jackson Machado, de 41 anos, abastece diariamente, e diz que gasta entre R$ 120 e R$ 140 ao dia com combustíveis. Ele revela que, por precisar do automóvel para o cotidiano e trabalho, está sempre buscando postos mais econômicos. “A gente fica sempre de olho, quando o preço tá bom, enchemos (o tanque) o máximo que conseguimos”.

No Pará

A análise do Dieese ainda observou o comportamento dos preços médios da gasolina comercializada nos postos de combustíveis de diferentes municípios paraenses, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Entre 27 de outubro e 2 de novembro de 2024, Altamira apresentou o litro da gasolina mais caro do estado, com uma média de R$ 6,92, variando entre R$ 6,47 e R$ 7,29. Já Castanhal registrou o preço médio mais baixo, com o litro custando R$ 5,81, oscilando entre R$ 5,66 e R$ 5,99.

Entre as capitais da Região Norte, Belém ocupa o 6º lugar. Em comparação, Rio Branco, no Acre, registrou o maior preço médio do país, com o litro da gasolina custando R$ 7,42, enquanto São Luís, no Maranhão, apresentou o menor valor médio, de R$ 5,50.

Motivo do aumento

Em nota, o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado do Pará detalhou os fatores que impactam diretamente nos preços dos combustíveis. Segundo o Sindicombustíveis-PA, o preço final dos combustíveis, em todo o Brasil, é resultado de uma combinação de variáveis que envolvem tanto o cenário nacional quanto o internacional.

Entre os principais fatores apresentados pelo sindicato está: a cotação do petróleo e seus derivados em dólar. Desse modo, qualquer aumento na cotação do dólar frente ao real impacta diretamente nos custos de importação e, por consequência, no preço final pago pelos consumidores locais.

“Uma parte significativa dos combustíveis consumidos no Brasil é importada, principalmente o diesel e a gasolina. Isso significa que estamos expostos às variações do mercado externo, que afetam diretamente o preço dos produtos, aumentando os custos repassados ao consumidor”, explica o setor.

Preços do etanol e da gasolina em postos de combustíveis de Belém

Na apuração da equipe de reportagem, que percorreu 8 postos da capital paraense, dependendo da forma de pagamento, a gasolina pôde ser encontrada de R$ 5,81 a R$ 6,99, enquanto o etanol varia de R$ 4,35 a R$ 4,79.

Economia