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Poupança tem maior retirada da série histórica em 2022; entenda

Cenário de juros altos, renda menor e inflação pressionou os investidores

O Liberal

O cenário de endividamento recorde, juros em dois dígitos, inflação alta e renda menor levou a caderneta de poupança, em 2022, ao pior resultado da história. Foram R$ 103,237 bilhões de retirada líquida no ano passado, quase o dobro do saque registrado em todo ano de 2015 (-R$ 53,567 bilhões), que até hoje era o ano mais negativo da série histórica do Banco Central, iniciada em 1995. As informações são da Agência Estado.

Em 2022, foram colocados na poupança R$ 3,632 trilhões, enquanto R$ 3,735 trilhões foram retirados. Considerando o rendimento de R$ 71,582 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 998,943 bilhões no fim do ano, contra R$ 1,031 trilhão no ano anterior.

Em 2021, o resultado da caderneta já havia sido negativo, com retiradas líquidas de R$ 35,497 bilhões, agora o quarto pior desempenho da história. Em 2020, por sua vez, houve recorde positivo, em meio ao auxílio emergencial e à maior tendência das famílias de guardarem dinheiro no início da pandemia de covid-19.

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Considerando apenas o resultado de dezembro, a poupança registrou depósito líquido de R$ 6,259 bilhões, ficando aquém do saldo positivo no mesmo mês de 2021 (R$ 7,660 bilhões). Em novembro, houve saldo negativo de R$ 7,419 bilhões. Em dezembro, foram colocados na poupança R$ 352,471 bilhões, enquanto R$ 346,212 bilhões foram retirados. O rendimento de R$ 6,225 bilhões.

Dezembro e maio (R$ 3,514 bilhões) foram os únicos meses positivos na poupança em 2022. Com o cenário macroeconômico desfavorável, o ano ficou marcado por saques volumosos, incluindo os dois meses mais negativos da história: agosto (-R$ 22,015 bilhões) e janeiro (-R$ 19,665 bilhões).

Atualmente, com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,2362% ao mês (2,87% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.

Economia