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Período chuvoso prejudica vendedores de coco em Belém

Comerciantes apontam queda no número de vendas

Paula Almeida / O Liberal

Com a chegada do período chuvoso na capital, muitos vendedores de coco têm enfrentado uma queda significativa em suas vendas. O mau tempo afasta os clientes e deixa comerciantes com uma baixa margem de lucro. Na praça Batista Campos, uma das áreas centrais de Belém, a situação não é diferente.


Cristiane Freire é proprietária de um ponto de coco há 14 anos e relata como a temporada de chuvas está impactando no seu bolso. "As vendas estão baixas. Com a chuva, quase ninguém sai de casa para comprar coco. É um período em que tenho pouco lucro e consigo só o básico para manter a casa", afirma.

A comerciante também narra que chega a vender 1300 cocos por semana durante o verão. Número que baixa para 300 no inverno amazônico. “Eu consigo vender 1300 cocos por semana quando está verão, mas agora, minhas vendas semanais só chegam até 300 ou 400”. 

Preço alto do coco 

Outro problema enfrentado pelos vendedores é o aumento no preço do coco em Belém. Segundo os comerciantes, a fruta teve pouca produção nos últimos meses, o que elevou o valor e os obrigou a comprarem ele de outro Estado.

"Aqui está muito caro, então eu compro coco da Bahia. Apesar de ser mais barato, ele já chega para mim em um valor alto. Estou pagando caro para ganhar menos", explica Cristiane.

Pablo Vieira, funcionário de outro ponto de coco da praça, diz que os patrões também compram o fruto em outro Estado, e afirma que, apesar de ter o preço elevado, sua qualidade não é tão boa. 

“O coco que estamos vendendo também é de outro Estado. Ele vem pra gente meio verde, o que impacta no sabor da água que oferecemos ao cliente”, diz Pablo. 

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Aumento nos pedidos de delivery 

Apesar da crise, os comerciantes encontraram um meio alternativo de manter as vendas: receber encomendas e realizar entregas via delivery. “Nós recebemos muitos pedidos de delivery. Nessa época, são eles que nos salvam, já que a chuva espanta as pessoas da praça”, aponta Pablo. 

O impacto do período chuvoso no comércio informal destaca a vulnerabilidade desse setor, que muitas vezes não possui suporte financeiro ou alternativas para driblar algumas crises. A falta de políticas públicas voltadas para os trabalhadores informais também agrava a situação, deixando famílias inteiras em risco durante períodos de menor movimento nas ruas.

Enquanto isso, vendedores como a Cristiane e o Pablo seguem enfrentando os desafios diários com a esperança de que o cenário melhore com a volta do tempo mais seco e ensolarado.

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