Pará teve mais de 93 mil casos de tentativas de fraude em 2022
No Brasil, ano fechou com 3,9 milhões de registros; o setor mais disputado pelos criminosos é o de bancos e cartões
O Pará é o 12º estado do Brasil com mais tentativas de fraude de identidade registradas em 2022, tendo 93.282 casos. Os dados foram obtidos através de um levantamento realizado pela Serasa Experian. No país, a entidade aponta quase 3,9 milhões de situações no mesmo ano, sendo o segundo maior resultado da história. De acordo com especialistas, os cuidados gerais para evitar esse tipo de crime envolvem medidas tanto para empresas, quanto para consumidores.
O registro de fraude por identidade no Brasil representa quase uma tentativa a cada oito segundos. Em média, isso significa que cerca de 1.506 investidas foram feitas por mês. Os resultados de 2022 só perderam para 2021, quando a Serasa contabilizou um recorde de quase 4,2 milhões de casos. Nesse cenário, a faixa etária mais afetada foi a dos 36 aos 50 anos, somando 1,4 milhão de fraudes. Já o setor mais atingido foi o de banco e cartões de crédito, liderando com 2,1 milhões de registros.
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Tiago Pereira, gerente de tecnologia e segurança da informação de uma empresa especializada no assunto, explica que o crime, muitas vezes, pode ser silencioso. “A vítima não tem a menor noção de por onde estão rodando suas informações pessoais. Aquelas, por exemplo, que são fornecidas ao preencher um formulário em um site que foi recebido pelo WhatsApp, dizendo que era uma promoção para ganhar uma boa quantia em dinheiro só compartilhando o link”.
Tipos de fraudes
Várias são as formas utilizadas pelos criminosos para obter os dados pessoais de alguém. Nesse sentido, Tiago lista uma série de tipos de fraudes relacionadas à identidade. “São várias: fraude de identidade sintética, quando o golpista mescla dados reais com dados falsos, gerando uma nova identidade, usando dados de redes sociais e etc. Fraude Phishing, quando o usuário é direcionado para páginas fraudulentas infectadas com malwares que roubam os dados ali digitados e que simulam páginas legítimas…”, destaca.
“Fraude de pharming, que é quando o usuário é direcionado para sites fraudulentos usando um navegador ou apontando a câmera do celular para um QR CODE modificado, levando o usuário para um outro servidor e a Fraude de Keylogger, usando malwares, comumente chamado de vírus, o computador da vítima é monitorado e tudo o que é digitado no teclado é capturado pelos criminosos”, completa o especialista.
Cuidados
O setor de bancos e cartões de crédito foram os mais afetados, conforme mostrou a pesquisa da Serasa. Portanto, para evitar mais casos, é recomendado pelo especialista que as empresas adotem uma boa política de segurança de dados. “Usando a Lei Geral De Proteção De Dados, somada às várias ferramentas e boas práticas de gestão de segurança computacional - firewall, antivírus e sistemas de autenticação de usuários -, criam-se barreiras que dificultam a ocorrência desse tipo de crime tornando o ambiente menos suscetível a falhas”, diz Tiago.
Além disso, buscar soluções em empresas que fornecem meios de preparo para possíveis invasões e aumento a segurança interna e os dados dos locais, também é recomendado. “Manter o aplicativo do banco sempre atualizado, baixar o app sempre pela loja oficial do seu smartphone ou do site oficial na web”, acrescenta.
Usuários também precisam estar em alerta, afirma especialista
Os cuidados para os usuários estão relacionados com mudanças de hábitos. Tiago ressalta que evitar salvar contato desconhecidos, ativar verificações específicas e várias camadas de seguranças em aplicativos bancários estão entre as alternativas. “Nos computadores pessoais, usar um bom antivírus, manter o sistema operacional sempre atualizado. Evitar abrir links que chegam em suas caixas de spam - e-mails classificados como potencialmente perigosos”.
“Não usar o smartphone, notebook, tablet, em redes wifi de hotéis ou restaurantes, que geralmente são redes abertas, ou com pouca ou até nenhuma segurança no tráfego dos dados. Trocar regularmente suas senhas. Em caso de uso de pagamentos via bancos digitais, confira os dados do boleto, se estes conferem com a instituição e beneficiário do documento original e o principal: não compartilhe seus dados pessoais”, finaliza Tiago.
Crime pode gerar multas e detenção
Mário Paiva, advogado e especialista em direito digital, explica que as penalidades envolvendo o crime de fraude de identidade vão desde detenção, variando de três meses a um ano, até multas. “São as punições previstas no Código Penal. A internet não é uma terra sem lei e os fraudadores são e poderão ser responsabilizados. As principais vítimas são, sem dúvida alguma, idosos e pessoas menos instruídas. Por isso, o alerta é o de sempre e o principal é a prevenção”.
O advogado reforça os cuidados necessários, destacando que a prevenção é sempre a maior das recomendações. “Em relação a internet, telefonemas com pedidos de dados cadastrais e outras solicitações devem ser negadas até que seja verificada a procedência do pedido com a segurança de que aquele telefone, ou site, é mesmo do banco ou da empresa veiculada a pessoa”, conclui.
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