Pará registra a maior taxa de trabalhadores informais do país no último trimestre de 2024
Com taxa de 57,6%, ao menos 2,3 milhões de paraenses estão trabalhando no mercado informal
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O Estado do Pará registrou a maior taxa de informalidade do Brasil no quarto trimestre de 2024, com 57,6% da população ocupada trabalhando sem carteira assinada ou CNPJ, o que equivale a 2,3 milhões de pessoas. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O levantamento evidencia desigualdades regionais no mercado de trabalho. No Norte e Nordeste, mais da metade dos trabalhadores atuam na informalidade (52,6% e 50,6%, respectivamente), enquanto no Sul, o índice cai para 30,4%. Santa Catarina foi o Estado com menor taxa de informalidade do país, com 25,6%.
No Pará, quase seis em cada dez trabalhadores não têm proteção trabalhista. Esse grupo inclui empregados do setor privado e trabalhadores domésticos sem carteira assinada, além de empregadores e trabalhadores por conta própria sem CNPJ.
Raphaela Rocha, universitária de 21 anos, que trabalha como freelancer em uma empresa de animação de festas, conta que ingressou nesse modelo informal de trabalho por causa da flexibilidade.
“Com 18 anos, fui atrás de uma oportunidade que fosse flexível com a minha rotina de estudos e me ajudasse financeiramente. Além disso, é muito difícil para um jovem encontrar um primeiro emprego formal com carteira assinada”, relata.
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Sobre o mercado de trabalho no Pará, ela acredita que as oportunidades variam conforme a área de atuação. “No geral, acho que há boas oportunidades tanto no setor formal quanto no informal. Mas conseguir um primeiro emprego rapidamente pode ser um grande desafio”, comenta.
Durante o período analisado, também foi constatado que a taxa de trabalhadores com carteira assinada era de 54,35%. Além disso, o estudo revelou que existe uma diferença salarial entre os gêneros: as mulheres recebem, em média, 84% do valor pago aos homens. Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas que garantam os direitos igualitários.
Setores que mais empregam no Pará
Conforme o levantamento, o setor que mais emprega no Estado é o de Comércio, reparação de veículos e motocicletas, com 855 mil trabalhadores. Após ele, o de administração pública, educação e seguridade social também se destaca na geração de empregos, com 680 mil trabalhadores registrados. Por último, encontra-se o de Agricultura, pecuária, pesca e aquicultura, com 539 mil.
Desemprego e desalento
A taxa de desocupação no Pará foi de 7,2% no quarto trimestre de 2024, o que representa 308 mil pessoas sem trabalho, disponíveis e em busca de uma colocação. Esse número teve pouca variação em relação ao trimestre anterior (6,9%) e ao mesmo período de 2023 (7,8%). No Brasil, a taxa de desocupação ficou em 6,2%.
Outro dado relevante é a taxa composta de subutilização da força de trabalho, que mede a demanda por trabalho, incluindo pessoas desempregadas e aquelas que gostariam de trabalhar mais horas. No Pará, esse índice foi de 20,5%, uma leve queda em relação a 2023 (23,4%).
Além disso, o percentual de desalentados – pessoas que desistiram de procurar emprego por dificuldades no mercado – foi de 4,1% no Pará. O índice apresentou redução em comparação com 2023, quando era de 5,5%.
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