Pará lidera exportação de peixes no Brasil, com mais de 25% do total nacional, aponta Fiepa
No cenário nacional, as exportações brasileiras de pescado alcançaram US$ 272,88 milhões no ano. O Pará somou quase U$$ 70 milhões.
O Pará se mantém como o maior exportador de peixes do Brasil, com uma participação de 25,30% no total nacional, segundo a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa). O produto pesqueiro é fundamental para a economia do estado e representa a maioria das exportações, que somaram US$ 69,04 milhões em 2024, com um volume total de 8.375 toneladas. No cenário nacional, as exportações brasileiras de pescado alcançaram US$ 272,88 milhões no ano.
Apesar da liderança, houve uma redução de 11,91% na quantidade exportada em relação a 2023, quando o estado vendeu 9.507 toneladas, faturando US$ 69,28 milhões – uma queda de 0,34% no valor total. Os dados são do Sistema Comex Stat MDIC, compilados pela Fiepa. O Ceará segue como o segundo maior exportador, com 14,31% do total, seguido pelo Paraná (12,79%) e São Paulo (10,34%).
Ainda segundo os dados divulgados pela Fiepa, os principais importadores de pescado brasileiro são os Estados Unidos, que representam 33% do total exportado, seguidos por Hong Kong (16%) e China (14%), consolidando esses mercados como os principais destinos do pescado nacional.
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A piscicultura brasileira como um todo também apresentou crescimento significativo. Em 2024, o setor registrou US$ 59,01 milhões em exportações, um aumento de 138% em relação aos US$ 24,75 milhões de 2023. O volume embarcado atingiu 13.792 toneladas, uma alta de 102% na comparação com as 6.815 toneladas do ano anterior. Os dados são da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e da Peixe BR (Associação Brasileira da Piscicultura).
Entre os peixes mais procurados das águas paraenses, destacam-se o tambaqui, a tilápia e o pirarucu, que são amplamente consumidos tanto no mercado interno quanto exportados para o exterior, indica o levantamento.
Expectativa do setor
A queda nas exportações de peixes do Pará, embora moderada, não deixa de acender um sinal de alerta para o setor pesqueiro. Para além da retração nas vendas, as dificuldades enfrentadas pelos produtores e pescadores locais também são fatores que contribuem para os desafios do setor. "O lucro é alto, mas não consegue chegar até quem realmente 'produz' esse pescado", relata Apoliano Nascimento, presidente do Sindicato das Indústrias de Pesca, da Aquicultura e das Empresas Armadoras e Produtoras, Proprietárias de Embarcações de Pesca do Estado do Pará – SINPESCA.
"A pesca precisa ser regularizada, pois hoje, existe uma grande dificuldade no ordenamento do setor, que ainda não é eficiente o suficiente para garantir que as práticas de pesca sejam sustentáveis", concluiu o presidente do sindicato, defendendo que com a regularização, a pesca e a economia do estado acumula ganhos.
De acordo com dados do Sindicato das Indústrias de Pesca, da Aquicultura e das Empresas Armadoras e Produtoras, Proprietárias de Embarcações de Pesca do Estado do Pará (Sinpesca), o estado possui cerca de 12 mil embarcações pesqueiras, sendo 60% delas voltadas para a pesca artesanal.