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Preço do ovo no Pará: recorde de exportações faz preço da proteína subir para o consumidor paraense

As exportações de ovos brasileiros atingiram a marca de 11,950 mil toneladas entre janeiro e maio deste ano, volume 93,1% maior que o registrado no mesmo período de 2022

Igor Wilson

O ovo está mais caro. E não é culpa das galinhas. Pelo contrário, elas nunca puseram tantos ovos como agora. O alimento que é considerado indispensável para boa parte da população brasileira está cada vez mais internacional. O último levantamento divulgado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) mostra que as exportações de ovos brasileiros atingiram a marca de 11,950 mil toneladas entre janeiro e maio deste ano, volume 93,1% maior que o registrado no mesmo período de 2022 (6,187 mil toneladas), já superando todo o exportado no ano passado (9,474 mil toneladas).

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De acordo com a ABPA, os principais destinos do ovo brasileiro foram Japão e Taiwan, quer juntos respondem por mais de 70% do total exportado nos cinco primeiros meses de 2023. De janeiro a maio deste ano, os japoneses importaram 4,980 mil toneladas, quantidade 12 vezes superior ao mesmo período de 2022, de 386 toneladas. Os taiwaneses compraram 3,594 mil toneladas pela primeira vez.

“O faturamento dos exportadores totalizou US$ 29,670 milhões, mais que o dobro do registrado entre janeiro e maio do ano passado. E para este ano o prognóstico é ainda maior, tem muita demanda lá fora. Então, é bom para os produtores, mas compromete o mercado interno e o consumidor paga mais caro. Precisamos investir numa produção que consiga abastecer o estado e quem sabe, exportarmos também, o Pará tem potencial para isso”, diz o economista Rodrigo Dantas.

O ovo ou a galinha?

image Legenda (Cristino Martins/O Liberal)

Nos últimos 12 meses, o preço do ovo de galinha registrou a maior alta em uma década no Brasil, subindo mais de 20%. Segundo o levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do alimento teve um acréscimo de aproximadamente 23% em um ano. No mesmo período, a carne vermelha e de frango apresentaram reduções de preços, com quedas de aproximadamente 6,73% e 3,94%, respectivamente., o que acaba dando a impressão a alguns consumidores, de que vale mais a pena comprar o frango do que o ovo.

Nos supermercados paraenses, o quilo do frango inteiro congelado gira em torno dos R$ 8,50. O filé de peito encontra-se em muitos estabelecimentos a R$ 15, enquanto a cuba mais barata com 20 ovos, do tipo médio branco, está sendo vendida a R$ 21 na Feira da 25, em Belém. Para Guilherme Minssen, diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), os produtos estão entrelaçados, o que justifica a sensação.

“É a proteína mais barata a disposição do consumidor em épocas de crise financeira que faz com haja essa sensação de estranheza no consumidor. Quando a situação melhora um pouco é normal o aumento do consumo de frangos. E quando existe ainda mais prosperidade, o consumo de carnes vermelhas também acelera no varejo. Claro, a exportação interfere, mas precisamos lembrar que a proteína animal está ficando mais barata”, diz, explicando em seguida os motivos que fazem o Pará ter poucos investimentos nas produções regionais.

"Nós temos a produção da cidade de Santa Izabel, que dá um bom apoio para o consumo interno, mas os ovos chegam mais baratos das regiões mais produtivas. Para produzir ovos tem que produzir milho e soja, e aí está o desafio. Nosso frango é comprado de Santa Catarina, que sai bem mais barato do que comprar de quem produz aqui, pois tem que alimentar o frango e ele se torna muito mais caro que o congelado que vem de outros estados. É mais caro produzir aqui e fica difícil entrar em mercados mais exigentes e competitivos”, diz Minssen.

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